Um rebelde da aristocracia
Salvador estudou em colégios católicos, é neto de um Conde, mas sempre preferiu uma vida sem regras.
Por Rute Lourenço|15.05.17
A estudar Psicologia em Maiorca, Espanha, Salvador Sobral ainda se lembra do dia em que ligou à mãe a dizer que ia desistir do curso para tocar em bares.
O Erasmus ficou pelo caminho – mesmo com os protestos da família, que prometeu cortar com todos os apoios – mas o cantor voltou, então, ao sonho de miúdo, que o tinha levado a tentar a sorte em programas como ‘Bravo Bravíssimo’ e ‘Ídolos’, em 2009, onde ficou entre os finalistas, mas não venceu, sendo acusado pelo júri de arrogância.
Foi o início de um percurso que o leva agora a ter a Europa a seus pés, com a conquista do Festival da Eurovisão.
Salvador Villar Braancamp Sobral nasceu em Lisboa, em 1989, e inspirou-se na irmã mais velha, Luísa, para seguir uma carreira na música. No entanto, garante que a mãe, Luísa Vilar, [que deixou pelo caminho o cargo de diretora de marketing de uma empresa para abrir um atelier de costura] é a sua "força incondicional".
Proveniente de uma família de origens aristocratas [é neto do 4º Conde de Sobral], Salvador estudou em colégios católicos, mas sempre preferiu seguir um percurso menos convencional.
Durante o Erasmus conta que experimentou cogumelos e ecstasy, mas as drogas ficaram pelo caminho.
"As pessoas dizem que sou um drogado, mas com o problema [cardíaco] que tenho se fumasse um charro caía para o lado", diz o cantor, de 27 anos, que assume que a sua patologia cardíaca é o "único problema" que tem na vida.
Um problema por momentos esquecido quando, no sábado, encantou a Europa na Eurovisão.
Uma noite especial para Salvador, que teve direito a festejar a dobrar. É que, afinal, ele também é do Benfica.