Quando, em maio de 2014, veio a troika para exigir mais medidas restritivas, fiquei perplexo com as cedências do Governo.
É que, nessa altura, a troika, perante a reafirmada recusa de novo financiamento pela UE/BCE/FMI, só tinha que se conformar com a solução que estava definitivamente decidida: a saída limpa.
Contexto em que não seria difícil gastar algumas tardes a tomar chá com a equipa da troika, para salvar as aparências, mas ceder… nada.
Vem isto a propósito do episódio do aumento de percentagem no pagamento das horas extraordinárias da função pública e de outras medidas de caráter permanente para esta área, em tributo ao BE e ao PCP.
E no primeiro caso, quando se passou de 40 para 35 horas, como se 40 horas semanais fosse trabalho escravo! Se se dissesse: os 600 milhões de aqui são para investimento público, a maior parte do País aplaudiria e a dupla PCP/BE que se atrevesse, na conjuntura atual, a criar uma crise política e abrir portas a eleições antecipadas.
É que, não havendo pachorra para as décimas dos Bessas e dos Duques e seus compagnons de route, também já não há quem aguente a cara de enjoo das Avóilas.
Pede-se, ao menos, uma cara bonita para reivindicar!