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De um passado com forte identidade a um futuro ancorado na regeneração urbana, na sustentabilidade ambiental e na inovação social, assim se projeta a cidade cosmopolita algarvia na exposição “Portimão 2034 – O Futuro em 100 Projetos”, inaugurada no Dia da Cidade, 11 de dezembro, no emblemático edifício Al-Faghar. Outrora um centro vibrante de comércio, o edifício reabriu agora as suas portas para  apresentar uma visão inspiradora do futuro da cidade, projetada em cem iniciativas que irão moldar a próxima década. Estará aberta ao público até abril de 2025.

Mas o Dia da Cidade, de que esta mostra foi um dos destaques, foi apenas o culminar de uma programação artística e cultural do centenário de Portimão ao longo de 2024, de dimensão europeia, criada pela cooperativa Lavrar o Mar em parceria com o Município e dirigida a todos os públicos.

Jardim Ribeiro Telles e espaço multiusos

A programação intensa do centenário culminou em dezembro da melhor forma. Para além da já referida exposição, abriu ao público o Jardim Gonçalo Ribeiro Telles, que proporciona um novo espaço de convivência no centro da cidade. Também foi inaugurado no Mercado Municipal de Portimão um espaço multiusos que apresenta a exposição “100 Anos, 100 Sardinhas”, reunindo os projetos vencedores do concurso com o mesmo título, que juntou 50 artistas e 50 participantes anónimos. Foi um ano repleto de acontecimentos que evocaram as múltiplas facetas de uma comunidade dinâmica, que se viu refletida em tantos projetos, como o Museu do Tempo, a “Biblioteca de Cordas e Nós”, os “Caminhos Orgânicos”, “A Cidade Fala”, os “(Com)Passos”, e tantos outros.

Música, novo circo e Querubim Lapa

A cidade centenária contou, ao longo do ano, com espetáculos de música e de um novo circo com qualidade internacional, numa demonstração do cosmopolitismo de Portimão, uma terra do mundo e virada para o mundo. Destaque para as atuações do artista Johann Le Guillerm, da acrobata Chloé Moglia, do criador José Antonio Portillo, do escritor e encenador Sandro William Junqueira, dos fotógrafos João Mariano, João Tuna e Filipe da Palma, do manipulador de fantoches Bruno Leone, da companhia circense Akoreacro e de tantos outros. Os artistas locais também valorizaram o programa, com grande destaque para a exposição antológica “Querubim Lapa: Pintura e Cerâmica”, que estará patente no Museu de Portimão até 27 de abril de 2025 e evoca o centenário do renomado artista, filho da terra e autor de uma vasta obra, muito significativa para a arte moderna em Portugal, nomeadamente em pintura e cerâmica.

O projeto “Museu do Tempo” reuniu objetos que pertenciam a 22 pessoas (crianças e adultos) que foram enterrados em diferentes lugares da cidade e arredores. Foi-lhes proposto que escondessem objetos debaixo da terra e revelassem as razões pelas quais decidiram enterrar essas recordações singulares das suas vidas, que, simultaneamente, constituem uma memória coletiva.

2024 teve como denominador comum o centenário da cidade, que se refletiu em eventos já habituais, como foi o caso da 24ª Corrida Fotográfica. Desta vez, a prova desafiou os participantes a inspirarem-se na relação de proximidade entre o escritor portimonense Manuel Teixeira Gomes, antigo Presidente da República e responsável em 11 de dezembro de 1924 pela elevação da então Vila Nova de Portimão, e as suas origens.

A autarquia de Portimão aproveitou ainda o centenário da cidade para avançar com o Plano Estratégico Cultura Portimão 2034, que contou com uma ampla participação social e dos agentes culturais e que servirá de paradigma do que o executivo presidido por Álvaro Miguel Bila pretende implementar noutras áreas sensíveis, sobretudo ao nível da educação, saúde ou segurança e ação social.