A hipertensão é uma doença silenciosa, detetada através da medição da pressão arterial com um aparelho adequado para o efeito e utilizado da forma correta. Atenção ao “resultado”: um aumento da pressão arterial acima de 140/90 mmHg significa um alerta para consultar um médico. Uma vez que os sintomas podem ser inexistentes, é fundamental ser seguido por um médico. E se sair do consultório com medicação, tome-a exatamente como lhe foi indicado!
Maio é o mês em que se assinala o Dia Mundial da Hipertensão, o principal fator de risco para as doenças cardiovasculares. A hipertensão arterial (HTA) aumenta o risco de AVC e enfarte do miocárdio, consideradas as principais causas de morte em Portugal. Para assinalar esta data (17 de maio), a Sociedade Portuguesa de Hipertensão, a farmacêutica Servier Portugal e a marca de medidores de pressão arterial Pic Solution desenvolveram uma campanha para promover a rotina de medição de pressão arterial e a toma regular da medicação. Porquê? Porque sim.
“A hipertensão pode ter como origem fatores genéticos, mas também o estilo de vida, que resulta das escolhas feitas diariamente. Mais uma vez, cada um é responsável pelas suas decisões e uma delas pode passar por introduzir na rotina diária a medição da pressão arterial e escolha de hábitos de vida saudáveis”, explica Luís Bronze, presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH).
Segundo dados do estudo PHYSA da SPH (2014), estima-se que a prevalência da hipertensão arterial se situe nos 40% da população adulta. No entanto, Luís Bronze revela que “pode ter havido uma evolução negativa”, dados que a SPH pretende analisar com um novo estudo de prevalência.
O médico e presidente da SPH aponta a prevenção e o rastreio como “armas importantes” que devem ser usadas “exaustivamente”. “Existem muitas pessoas que não sabem que são hipertensas. Existem, também, muitas outras já diagnosticadas e tratadas, mas não controladas. E, finalmente, algumas que por dificuldades de acesso ao seu médico querem atingir o controlo da sua pressão arterial e não conseguem”, acrescenta.
Fonte: Dados do estudo PHYSA – Journal of Hypertension
A afirmação é feita pela Sociedade Portuguesa de Hipertensão para “induzir no ouvinte o paralelismo com a pandemia”. “No caso da Covid-19, há um vírus altamente contagioso que é transmitido de ser humano para ser humano. No caso da HTA (e de outras doenças crónicas) são os comportamentos – que naturalmente partilhamos uns com os outros – que propiciam a hipertensão”, começa por explicar. “De entre estes, o mais conhecido é o excessivo consumo de sal, um traço cultural português. Outro, a assumir proporções de grande relevo, é o excesso de peso. Estes e outros fatores potenciam e propagam a hipertensão arterial da mesma forma que o vírus foi responsável pela pandemia”, acrescenta o presidente da SPH, deixando um claro alerta para a importância dos fatores de risco da hipertensão.
• Inatividade física;
• Stress;
• Excesso de peso;
• Consumo excessivo de álcool;
• Consumo excessivo de sal;
• Tabagismo;
• Consumo excessivo de café;
• Consumo excessivo de açúcar.
“A hipertensão arterial é uma síndrome que depende de muitos fatores. Dos mais conhecidos já falei, redução do sal e diminuição do peso, mas existe uma miríade de outros, como o stress profissional, a ausência de sono, ou o excesso dele, a depressão, as dificuldades económicas, a poluição do ar e sonora, o aquecimento global, entre outros. Todas estas entidades são agora reconhecidas como fatores de risco para a hipertensão arterial”, explica o médico Luís Bronze.
Primeiro passo: mudar comportamentos. Campanhas como a da Sociedade Portuguesa de Hipertensão, Servier Portugal e Pic Solution trabalham para passar a mensagem de importância da prevenção, ao carregar o alerta da hipertensão como o fator de risco cardiovascular mais comum em Portugal.
“Devemos comer adequadamente, evitando o excesso calórico e de sal. Devemos procurar o equilíbrio emocional, quer no trabalho, quer em casa. Devemos fazer exercício (o que não significa ser atleta) e dormir cerca de sete horas por dia, sabendo-se que a sesta diurna só é adequada a quem dorme menos do que este tempo. Toma-se também por certo que a solidão não é boa para a saúde… Já o povo de antanho sabia isso… "Tratar a hipertensão é olhar para a pessoa”, aconselha o presidente da SPH, Luís Bronze.
A toma correta da medicação e o controlo regular da pressão arterial são cruciais. Medir a pressão arterial e seguir o tratamento indicado pelo médico são dois passos que devem fazer parte da rotina dos hipertensos. Lembre-se de que a medicação só é eficaz se a tomar todos os dias! Por isso, use um alarme no telemóvel para se recordar, associe a toma da medicação a outro hábito (após lavar os dentes de manhã, por exemplo) ou peça a alguém para o lembrar. Atenção: mesmo que a pressão arterial melhore com a medicação, não deixe de a tomar! Consulte sempre o médico e siga o tratamento indicado.
A hipertensão não depende apenas do estilo de vida, sendo que é sabido que a doença pode ter como origem fatores genéticos. A evolução da ciência e da medicina poderá ajudar no futuro, um (gigante) passo para a humanidade frente a uma doença silenciosa.
“Há um componente genético associado (à hipertensão) que pode afetar famílias ou mesmo determinados grupos étnicos. É possível que no futuro existam testes genéticos específicos, para detetar estas pessoas. Também é possível, na hipertensão arterial, como noutras entidades, que existam terapêuticas dirigidas, por conhecimento genético, no tipo e na dose a cada indivíduo. Para já existe um aceso debate em relação à terapêutica não farmacológica da hipertensão, nomeadamente através da desnervação renal (procedimento percutâneo para a hipertensão arterial resistente). O futuro dirá que outras avenidas se abrirão ao tratamento desta entidade”, explica Luís Bronze.
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