Ano após ano, Lisboa tem-se revelado como um terreno fértil para novas ideias e empresas efervescentes. Mas como é que estas startups podem ajudar a melhorar as comunidades?
11 de dezembro de 2023 às 12:21Cada vez mais, Lisboa é um ecossistema vibrante de startups sociais, centradas em abordagens inovadoras para desafios sociais complexos. Estas empresas, muitas vezes, combinam tecnologia e impacto social, procurando não apenas o lucro, mas também a melhoria das condições de vida da comunidade.
A inovação ao serviço do bem social foi o tema da primeira talk do ciclo de conferências "Lisboa em Ação, Uma Cidade com Futuro", uma iniciativa da EGEAC e da Câmara Municipal de Lisboa. A conversa decorreu na Casa Fernando Pessoa e juntou figuras relevantes no meio da inovação social, como António Miguel, fundador da Maze, Gil Azevedo, diretor-executivo da Startup Lisboa, e João Baracho, fundador do projeto Apps for Good. Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, fez uma nota introdutória ao tema.
Startups, unicórnios e incubadoras
Nos últimos anos, Lisboa transformou-se num centro tecnológico e o lar para muitas empresas efervescentes que querem fazer a diferença no mundo. Termos como startups, incubadoras, unicórnios e Web Summit passaram a fazer parte do léxico de muitos lisboetas, que olham para esta vaga de novos empreendedores como uma oportunidade para melhorar a cidade.
"Muitas vezes, existe uma ideia errada sobre a inovação, que apenas está relacionada com startups e jovens com muito talento. Tem. Mas a verdadeira inovação é aquela que cria bem-estar", começa por dizer Carlos Moedas na sua nota introdutória. Esta tem sido a grande aposta da autarquia nos últimos anos.
Unicórnios ao serviço da comunidade
"Quando lançámos a fábrica de unicórnios, pedimos sempre às empresas (unicórnios) que devolvam à sociedade e tragam alguma coisa nova para a cidade." A este propósito, o autarca recorda que o Governo havia prometido a ala norte da fábrica de unicórnios à Câmara Municipal de Lisboa, onde estava previsto fazer uma zona dedicada à inovação social, porém voltou atrás na sua palavra. "É importante para a cidade este hub de inovação social, para apoiarmos projetos que mudem a vida das pessoas."
O autarca ilustra esta necessidade com o exemplo dos sem-abrigo. "Nos próximos sete anos vamos investir 70 milhões de euros nas pessoas em situação de sem-abrigo. Mas além da habitação, estas pessoas precisam de trabalho. Para isso precisamos de projetos na área da inovação social, que possam reintegrar na sociedade." Segundo o autarca, a tecnologia poderia ter um papel importante para ajudar este e outros problemas sociais. "É essa parte da inovação social que eu gostaria que fosse a próxima fase para Lisboa", remata.