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Laser trata doença urinária

Cirurgia minimamente invasiva a laser permite ter riscos mais reduzidos e devolve qualidade de vida aos doentes.
19 de Maio de 2022 às 10:40
A técnica é realizada desde 2020 no Hospital Cruz Vermelha
A técnica é realizada desde 2020 no Hospital Cruz Vermelha

Em Portugal realizam-se anualmente cerca de 10 mil cirurgias motivadas por queixas e doenças urinárias causadas por Hipertrofia Benigna da Próstata (HBP).

O primeiro sinal é o aumento do volume da glândula da próstata, que causa obstrução e leva ao aparecimento dos sintomas urinários: jato urinário fraco, hesitante ou interrompido, sensação de micção incompleta ou urgência para urinar. O problema evolui se não existir intervenção clínica adequada. "Primeiro, e afastada a hipótese de haver uma causa maligna, opta-se sempre pelo tratamento farmacológico, que costuma ser eficaz pelo menos nas fases mais iniciais do problema. Só quando o problema evolui, com impacto para a vida do doente, se parte para a abordagem cirúrgica", explica Mário Rodrigues, Coordenador da Unidade de Urologia do Hospital Cruz Vermelha (HCV).



O Holmium Laser vai permitir libertar o tecido prostático que causa a hipertrofia e a sua eliminação através da bexiga


Mas quando se conclui que a melhor via possível de tratamento é a cirúrgica, o HCV disponibiliza um tratamento a laser inovador (com Holmium Laser), e que promete revolucionar a forma como o problema é tratado nos próximos anos.

"A enucleação da Próstata com Holmium Laser (HoLEP), consiste num tratamento cirúrgico minimamente invasivo, trans-uretral, que tem o por objetivo eliminar a massa que causa a obstrução ao fluxo miccional. O laser permite desfazer esse tecido e empurra-o para a bexiga, para que possa depois ser eliminado", explica o especialista, que desenvolveu esta técnica no estrangeiro e que em 2020 a introduziu no HCV. "As vantagens para os doentes são óbvias: menos riscos, recuperação mais rápida, redução dos sintomas urinários, melhoria global da função miccional e manutenção da vida sexual ativa", justifica. A técnica cirúrgica é já a mais comum noutros países da Europa mas, em Portugal, ainda não se alargou a outras unidades de saúde "pela curva de tempo necessária para formar cirurgiões nesta técnica", conforme explicou Mário Rodrigues.



Ganhar qualidade de vida


Foi “na casa dos 44 ou 45 anos” que o neuropsicólogo Manuel Domingos começou a sentir os primeiros sintomas causados pelo aumento do volume da glândula prostática. “Tentei a medicação, mas como acontece com todos os tratamentos farmacológicos, ao fim de algum tempo deixou de fazer efeito. Sofri com o problema mais de 20 anos. Cheguei a ter de ir às urgências porque estava a fazer retenção - o que pode provocar doença renal grave - até que cheguei à conclusão que a melhor opção que tinha era a cirurgia”, recordou ao CM.



Os urologistas Fernando Calais e Mário Rodrigues no Hospital Cruz Vermelha


Sabendo do método cirúrgico minimamente invasivo a laser que Mário Rodrigues e a sua equipa (que integra também os urologistas Fernando Calais e Nuno Fidalgo) estava a já a implementar no HCV, Manuel Domingos não hesitou. “Foi uma cirurgia complicada até, segundo me disseram, mas correu muito bem. Estive internado durante três dias, não tive dores, o desconforto foi muito relativo e, acima de tudo, fui muito bem tratado”, recorda sobre a intervenção feita há cerca de um ano.



Doença arrasta-se ao longo de décadas e compromente bem-estar



Aos 68 anos, Manuel Domingos recuperou qualidade de vida. “Afetava-me sobretudo nas atividades mais relacionadas com o laser, mas o que interessa é que já está resolvido. Ganhei saúde, que é o mais importante”, confessa.

Também Carlos Silva, de 62 anos, que sofria do problema há cerca de dez, submeteu-se recentemente ao tratamento e não se arrependeu: “Primeiro fui controlando a situação com fármacos mas chegou a um momento em que a única hipótese era o tratamento cirúrgico. Fui pesquisando sobre técnicas de tratamento, até que cheguei ao Dr Mário Rodrigues. Correu tudo bem.O pós-operatório foi fácil e hoje sinto que fiz a escolha correta ao procurar um tratamento menos invasivo”, explicou.





Fernando Calais, urologista HCV


Laser facilita tratamento de idosos

A que fatores se deve a Hipertrofia Benigna da Próstata e a Doença Urinária Obstrutiva?

É mais frequente nos homens acima dos 50 anos. Os sintomas decorrem sobretudo da obstrução à passagem da urina pela próstata aumentada devido à ação da testosterona e da di-hidrotestosterona que vão aumentando o número de células numa zona chamada zona de transição. Podem ter consequências graves como a perda da capacidade de contração da bexiga, infeções urinárias e alterações dos rins como insuficiência renal grave.


Porque é que o tratamento minimamente invasivo a laser, comprovadamente com melhores resultados e menos riscos, ainda não é utilizado em todos os hospitais?

É uma técnica ainda recente, que requer tempo de aprendizagem o que dificulta a sua utilização.


O que o levou a especializar-se nesta técnica?

As vantagens para os doentes, por possibilitar a cirurgia minimamente invasiva em todos os doentes, mesmo os mais idosos com múltiplos problemas.


Por Boas Causas