page view

Logo CStudio

Icone informativo

C•Studio é a marca que representa a área de Conteúdos Patrocinados do universo Medialivre.
Aqui as marcas podem contar as suas histórias e experiências.

Mediadores resistem aos tempos difíceis da pandemia

Num ano em que o Departamento de Jogos Sociais da Santa Casa da Misericórdia planeia alargar a sua rede, os mediadores sentem que muitos clientes gostam de continuar a “cumprir a missão” de apoiar as instituições.

04 de março de 2021 às 06:58

O silêncio que agora mora nas ruas de Lisboa até deixa ouvir os passos de quem se aproxima da Leitaria Madrilena, situada numa das principais avenidas da capital. Sem poder servir cafés nem bolos, é certeira a vontade que traz o cliente. Apostar nos Jogos Sociais do Estado. No meio da desgraça da pandemia, a esperança que a sorte toque à porta é a última a morrer.

Atrás do balcão, à espera de atender aquele gesto de fé numa dos mais antigos mediadores dos Jogos Santa Casa na cidade de Lisboa, está Hélder Vicente, 52 anos. Nunca tinha visto o negócio tão fraco.

"As pessoas vinham à pastelaria tomar o pequeno-almoço, beber um chazinho e, às vezes, até por uma questão de convívio aproveitavam para comprar uma raspadinha ou apostar numa chave do Euromilhões. Agora não. O movimento normal do café não existe", lamenta.

O negócio sofreu uma quebra na ordem dos 70%. A zona é maioritariamente habitada por idosos e muitos deixaram de sair à rua. Entre os que continuam o fazê-lo, há quem traga um sentido de obrigação. "As pessoas sabem que apostar em qualquer dos jogos da Santa Casa jogar é também uma forma de ajudar as instituições e lares da Santa Casa da Misericórdia, que agora precisam mais do que nunca de apoio, por causa da pandemia e de todo o trabalho que fazem no terreno", comenta.

Em casa de Hélder também se refazem contas à vida. " O jogo não é um negócio de grandes vendas, é um trabalho pequenino e uma quebra destas nota-se muito. Em casa, fazem-se outras contas, gasta-se menos", conta. Mas o que o preocupa, acima de tudo, é a falta de luz ao fundo do túnel. "Se isto se prolongar muito mais, vai ter um grande impacto no emprego e em tudo o resto", lamenta Hélder. Este ano, e apesar das circunstâncias, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa tem como como objetivo expandir a sua rede de mediadores, de forma a garantir uma maior equidade e respeito pela realidade territorial e demográfica, sem por em causa os pontos de venda já existentes.

O processo de alargamento da rede está a decorrer e irá acrescentar mais 1500 novas mediações aos cinco mil que existem atualmente. A expansão assenta em "critérios científicos de cariz geográfico e social, com base num estudo exaustivo levado a cabo pela - Universidade Nova de Lisboa", conforme garante em comunicado a SCML.

As remunerações pagas aos mediadores, na sua maioria pequenas e médias empresas, traduzem-se num suporte financeiro determinante para a manutenção da atividade e do emprego em inúmeras economias locais. Mas a importância vai além do suporte financeiro direto. A própria mediação num pequeno estabelecimento familiar, em qualquer parte do país, funciona como ‘âncora’ e ajuda a criar uma dinâmica comercial que acaba por beneficiar o negócio do proprietário. Em curso está também um processo de modernização.

O Departamento de Jogos da Santa Casa vai igualmente proceder à atualização da imagem gráfica de todos os mediadores e criar uma nova tipologia de mediação denominada ‘Mediação 21’. Esta novidade vai arranca através de um projeto piloto, por distrito, gradualmente, expandido a um posto por concelho. Trata-se, no fundo, de novo tipo de mediação, que prevê espaços mais lúdicos e com maior caráter de entretenimento. Através destas operações de grande envergadura, os Jogos Santa Casa garantem a prossecução da sua missão em toda a plenitude, a que acresce o contributo para a dinamização das economias locais e a criação de emprego.

A notícia sobre a ‘nova cara’ dos jogos agrada a Antónia Santos, mediadora há quase 20 anos, com porta aberta no Campo Pequeno e em Miraflores. Acredita que poderá vir a dinamizar o negócio, que agora anda fraco pela falta de pessoas a circular nas ruas e nos espaços comerciais. " Eu sinto-me na obrigação de continuar a vender jornais, de proporcionar informação aqueles que veem comprar a imprensa, pois ainda é o pouco da rotina que resta à clientela, sobretudo aos mais idosos. Nos clientes noto que muitos dos que compram jornais ou jogam também o fazem para ajudar a economia e as instituições da Santa Casa. Há mesmo quem diga: ‘hoje já contribuí!’" Também Antónia, em quase 20 anos de atividade, já fez a sua parte a entregar felicidade aos outros.

"Sinto-o dessa forma quando sai um prémio grande. Na loja de Miraflores , por exemplo, já demos um grande: um milhão! Em vésperas de Natal, a um cliente habitual. Eu já dei 600 euros... e o senhor nem queria acreditar", lembra, sobre esta sorte que, de uma forma ou de outra, toca a todos. Antónia sente um sentido de missão no seu trabalho e acredita que tal atitude é extensível a todos os clientes dos jogos sociais.

 O Departamento de Jogos da Santa Casa tem uma equipa que assegura o atendimento aos seus premiados. Um conjunto de colaboradores aptos a fazer este tipo de atendimento dá todas as informações necessárias e assegurando que são encontradas soluções para os pedidos efetuados. Caso seja solicitado apoio psicológico, a Santa Casa tem condições para dar resposta, sigilosamente, a essa necessidade.

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8