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Um impulso para atletas de alto nível

Tiago, sofre de surdez, é nadador olímpico. Miguel, atleta paraolímpico, tem nanismo mas é um campeão no lançamento do peso. João é praticante olímpico de triatlo. Os três atletas conciliam a alta competição com os estudos superiores por serem bolseiros do programa IMPULSO | Bolsas de Educação Jogos Santa Casa. Um incentivo ao futuro depois das pistas.
2 de Março de 2023 às 17:03

Miguel Monteiro, 22 anos, medalha de bronze nos Jogos Paraolímpicos de Tóquio 2020 na modalidade de lançamento do peso, é um atleta de baixa estatura mas gigante no que já atingiu na alta competição. Bolseiro do programa IMPULSO | Bolsas de Educação Jogos Santa Casa, Miguel consegue, com este incentivo, conciliar a carreira desportiva com a académica: está a completar o mestrado em Engenharia e Gestão Industrial na Universidade de Aveiro.

O programa dos Jogos Santa Casa, que celebra 10 edições, já beneficiou 215 atletas olímpicos, paraolímpicos e surdolímpicos, reconhecendo-lhes o esforço e investindo no seu futuro.

Outro dos casos de sucesso é Tiago Neves, 25 anos, surdo. A água é o seu elemento e foi a dominá-la com mestria que chegou a nadador surdolímpico. Em simultâneo, está quase a concluir o mestrado em Engenharia Informática no Instituto Superior Técnico. “É preciso ter muita organização, disciplina e foco” para conciliar a carreira dual, diz. Hoje, Tiago conta com uma história desportiva exemplar: participações no Mundial de 2011, na primeira finalíssima dos Jogos Surdolímpicos de Samsun (Turquia) e nas finais dos Jogos Surdolímpicos do Brasil em 2022, onde também alcançou a melhor classificação de sempre na história da modalidade.

Já o triatleta João Pereira, 35 anos, integra o Projeto Olímpico e está no 2.º ano do curso de Gestão das Organizações Desportivas em Rio Maior. O triatlo apareceu por acaso, depois de fazer um impressionante corta-mato escolar no 12.º ano que o levou a conhecer um treinador da modalidade.

A carreira desportiva fala por si. Foi campeão da Europa em 2017, 5.º lugar nos Jogos Olímpicos do Rio e na Final do Campeonato do Mundo, chegou a vários pódios de provas do campeonato do mundo e teve mais de cem internacionalizações. “O desporto de alto rendimento dá-nos humildade, respeito, dedicação, e empenho”, afirma João. Para conciliar com a faculdade, há que “manter a calma e o foco”, aconselha.


Percursos inspiradores

Desportista desde criança, Miguel Monteiro tinha apenas 14 anos quando foi convidado a experimentar o atletismo na disciplina de lançamento de peso. “A minha mãe pôs-me na natação com apenas um ano e meio devido a todos os benefícios para o desenvolvimento do corpo”, conta Miguel, que nasceu com nanismo. A baixa estatura nunca o impediu de ir mais longe. “Sempre gostei de jogar à bola na escola e pratiquei futsal do sexto até ao décimo ano.”

A rápida progressão no alto rendimento catapultou-o para a glória internacional: medalha de bronze nos Jogos Paraolímpicos de Tóquio 2020; medalha de ouro no Campeonato da Europa de Atletismo 2021 e recorde do mundo na sua classe com 11,60 metros.

Beneficia das Bolsas Jogos Santa Casa há quatro anos: “Ajuda-me a acreditar que é possível alcançar melhores resultados a nível desportivo e académico.”

Miguel Monteiro está fixado no Campeonato do Mundo em Paris mas ambiciona ainda “entrar no mercado de trabalho e continuar a vida desportiva”.



Miguel Monteiro, 22 anos, bronze no lançamento do peso


Tiago Neves é bolseiro há sete anos consecutivos (desde o 12.º ano). A bolsa exprime “reconhecimento e determinação” e é, ainda, uma “ajuda extraordinária” com as despesas fixas do curso, reconhece.

Ser surdo nunca o impediu de nada, só teve de se esforçar mais: “Temos todas as condições para trabalhar por objetivos académicos, desportivos e profissionais, mesmo que, por vezes, nos sintamos limitados pela dificuldade de comunicação. Há que explorar as capacidades para aprender e crescer, de forma a provar que somos capazes de tudo.”

A terminar os estudos, Tiago Neves ambiciona ter uma carreira como engenheiro e continuar a somar vitórias como atleta. A próxima meta são os Jogos Surdolímpicos em 2025. “Estou a viver um sonho!”



João Pereira, 35 anos, triatleta, foi campeão europeu em 2017


O triatleta João Pereira, 35 anos, nunca teve uma limitação física para superar mas precisou, na mesma, de uma grande dose de foco e disciplina. Bolseiro em 2017/2018 e, de novo, nesta edição (depois de fazer uma transferência de curso), João está ciente da efemeridade da carreira desportiva. O curso de Gestão de Organizações Desportivas “é uma aposta no presente com os olhos postos no futuro”. “A bolsa é um reconhecimento pelo nosso trabalho”, diz, e por isso aproveita-a com “responsabilidade, orgulho e sentido de gratidão”.

Quase a partir para Abu Dhabi, onde decorrerá a primeira prova desta época, o objetivo para João é a excelência dos resultados e o foco é nos Jogos de Paris. A longo prazo, vê na área do desporto e na possibilidade de ajudar jovens atletas algo que gostaria de desenvolver. Entretanto, vai espalhando inspiração com o seu exemplo e o seu lema: “Nunca é tarde e não há impossíveis.”




Dar um incentivo à dupla carreira


Desde 2013, os Jogos Santa Casa são parceiro oficial para a área da educação do Comité Olímpico de Portugal e, desde 2014, principal patrocinador do Comité Paralímpico de Portugal. Desta parceria nasceu o programa IMPULSO | Bolsas de Educação Jogos Santa Casa, cujo intuito é ajudar os atletas de preparação olímpica, paraolímpica e surdolímpica a conciliar a exigente prática desportiva com a educação.



A cerimónia de atribuição das bolsas realizou-se ontem, na Reitoria da Universidade de Lisboa. Foram agraciados atletas que integram o programa olímpico Paris 2024, a preparação paraolímpica 2024 e surdolímpica 2025


Premiar o mérito académico e desportivo de quem representa o país ao mais alto nível, respeitando a equidade e integração no desporto, alicerça o projeto. Um autêntico “impulso” à carreira dual de muitos atletas e jovens esperanças para evitar o seu afastamento prematuro do desporto de alto rendimento ou o abandono precoce dos estudos. Apesar de não ser possível dar resposta ao total de candidatos, no ano passado assistiu-se ao maior número de sempre de bolseiros da esfera paraolímpica, sinal do contínuo crescimento, abrangência e sucesso do programa. Nomes como Miguel Monteiro, João Pereira, Tiago Neves ou Patrícia Mamona, Irina Rodrigues, Telma Monteiro e Dinis Costa falam por si. Os resultados estão à vista. E é um orgulho.


• O valor das bolsas varia consoante o grau do curso, o regime de frequência e, no caso das pós-graduações, do valor da propina. Não existe discriminação na atribuição entre os candidatos olímpicos, paraolímpicos e surdolímpicos.

- Bolsas para licenciaturas, mestrados ou doutoramentos: a tempo inteiro 3.000€ e em regime parcial 1.500€

- Bolsas para pós-graduações: 2.000€ ou até 3.000€ se o valor da propina exceder 2.000€

- Bolsas para cursos técnico-profissionais com reconhecimento oficial: 1.500€


• Não existe limite de anos à candidatura.


Desporto: uma das bandeiras dos Jogos Santa Casa

Os Jogos Santa Casa tornaram-se, nas últimas décadas, os maiores parceiros do desporto em Portugal através do apoio às entidades máximas desportivas nacionais como o Comité Olímpico de Portugal (COP) e o Comité Paralímpico de Portugal (CPP), além de 19 federações desportivas e inúmeras associações. Patrocina mais de 100 seleções portuguesas em inúmeras modalidades e os principais eventos desportivos em território nacional (como a Volta a Portugal, World Bike Tour, Final da Taça de Portugal de Futebol), além de primar pela valorização do mérito dos atletas, da forma mais inclusiva possível.


Programa IMPULSO em números


Total das 10 edições

• 422 bolsas;
• No valor de + 1,2 milhões
• 215 atletas
• 24 modalidades

Números da décima edição

• 47 bolsas
• No valor de 135K
• 15 modalidades

Por Boas Causas