Arguidos negam sequestro de família por causa de denúncia à ASAE

Julgamento começou esta terça-feira no Tribunal de Braga.

09 de setembro de 2025 às 19:38
Tribunal de Braga Foto: CMTV
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Três dos oito arguidos acusados pelo Ministério Público de terem sequestrado uma família, em fevereiro de 2022, em Barcelos, negaram os factos, esta terça-feira, no Tribunal de Braga. 

Ana Maria, descrita pelo Ministério Público como a mandante do grupo, quebrou o silêncio e perante o coletivo de juízes negou a existência de rivalidade com uma das vítimas sequestrada. Segundo a acusação, a mulher, de 54 anos, agiu movida por vingança. Acreditava que uma das vítimas, ligada ao setor têxtil, a tinha denunciado à ASAE e, por isso, engendrou o plano com a ajuda de sete cúmplices - quatro deles atualmente presos. Em tribunal, a mulher disse que nem sequer conhecia os quatro homens que, segundo a acusação, a ajudaram a levar a cabo o violento ataque. Dos oito arguidos, três estão presos no âmbito de outros processos e um está em prisão preventiva no âmbito deste processo. 

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A versão de Ana Maria foi a mesma apresentada pela sua filha, Ana Filipa, e por um funcionário da sua empresa, ambos também arguidos no processo. 

Perante as declarações contraditórias, estes três arguidos foram confrontados com as declarações prestadas no DIAP de Guimarães e na PJ. A procuradora afirmou que atualmente os arguidos lembram-se de mais pormenores do que há 3 anos. 

Graciete, outra arguida, foi dispensada de estar presente e não vai prestar declarações. 

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A próxima sessão está marcada para dia 18. No total, são sete os arguidos que pretendem falar perante o coletivo de juízes. 

Segundo a acusação do Ministério Público, os oito arguidos realizaram o ataque na madrugada de dia 23 de fevereiro de 2022. Quatro dos suspeitos entraram na casa, em Igreja Nova, Barcelos, e sequestraram, assaltaram e agrediram violentamente uma mulher, o marido e os dois filhos, de 19 e 24 anos. 

Diz a acusação que a rivalidade entre a arguida e a vítima era já antiga. Depois de ser alvo de uma inspeção da ASAE na sua confeção têxtil, em 2020, viu serem-lhe apreendidos artigos contrafeitos e cerca de 168 mil euros. Estava convicta de que a vítima - que também trabalha na área - a tinha denunciado e, por isso, engendrou o plano. 

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Com a ajuda da filha, de um funcionário, de uma conhecida e de quatro cadastrados, preparou o sequestro. 

As vítimas foram agredidas com um pé-de-cabra. Os suspeitos tinham também duas armas de fogo (ou réplicas). Os assaltantes conseguiram fugir da casa com pelo menos 62 540 euros em dinheiro e joias. 

Os oito arguidos respondem por associação criminosa, sequestro e roubo. 

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