Borba pode acolher 650 galgos de Macau

Associação quer criar espaço para acolher animais e salvá-los da morte.

16 de janeiro de 2017 às 09:59
Macau, Mundo, Anima Macau, Borba, Sociedade Protetora dos Animais de Macau, Florestas, Desenvolvimento Rural, Alentejo, Lisboa, Direção Geral de Alimentação e Veterinária, questões sociais, política Foto: Francisco Palma Carvalho
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Há um espaço em Macau que é conhecido como "a pior pista de corrida de cães do Mundo", de onde nenhum animal "sai vivo". Uma associação quer mudar isso e salvar os cerca de 650 galgos que lá estão, trazendo-os para Portugal. 

Ao jornal Público, o presidente da associação Anima Macau garante que já se reuniu com o ministro da Agricultura português, a quem pediu a transferência dos animais para terras lusas. 

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A ideia é construir um espaço em Borba que possa acolher os galgos quando a concessão do espaço terminar, em 2018. Desta forma, os animais que sobreviverem à "mais cruel e com maior taxa de acidentes" pista de corrida de galgos do planeta seriam acolhidos no país, terminando com esta "herança da administração colonial portuguesa", que "mancha o bom nome de Portugal".  

No entanto, o caminho até à concretização é longo e há o risco de os animais não sobreviverem até 2018, altura do encerramento da pista. O responsável da Sociedade Protetora dos Animais de Macau, que se reuniu com o ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural em dezembro, tem mesmo medo que "os animais possam estar todos mortos antes que a concessão termine", pois o Canidromo de Macau chegou a abater "30 animais por mês". 

Para que a importação aconteça, o centro internacional de realojamento de galgos e animais abandonados teria de ser criado num terreno que teria "entre 30 a 50 hectares", é avançado pela tutela. Se se concretizar a ideia, os animais seriam, depois, distribuídos "por organizações congéneres", nacionais e internacionais, "tendo em vista a sua adoção". 

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O investimento na infraestrutura seria de "cinco milhões de euros" iniciais, com um "orçamento anual de aproximadamente 800 mil euros". 

O terreno já estaria "apalavrado" e até já existe um projeto, mas o entraves não terminam por aí. O centro a construir no Alentejo reúne o apoio de "dezenas de organizações internacionais de proteção de animais" e os cães poderiam ser transportados até Lisboa num voo charter, mas a Direção Geral de Alimentação e Veterinária, consultada acerca do assunto, adianta que os galgos teriam de ser colocados em "um ou mais alojamentos devidamente autorizados" pela entidade.

Para além disso, a importação dos animais terá de "obedecer a um vasto conjunto de regras sanitárias e de transporte" e os galgos terão de ser "submetidos a diversos controlos veterinários e administrativos". 

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