Carrilho condenado a 4 anos e meio de prisão com pena suspensa
Antigo ministro vai pagar ainda 50 mil euros a Bárbara Guimarães por agressões.
O ex-ministro Manuel Maria Carrilho foi hoje condenado a quatro anos e seis meses de prisão com pena suspensa por agressão, injúrias e violência doméstica, entre outros crimes cometidos contra a sua ex-mulher Bárbara Guimarães.
Após uma leitura do acórdão, que demorou mais de uma hora, a juíza presidente do coletivo do juízo 22 do Tribunal de Comarca de Lisboa deu como provado que o ex-ministro da cultura tinha, em diversas ocasiões em 2014, agredido, difamado, ameaçado, injuriado e exercido violência doméstica contra a sua ex-mulher.
Recorde-se que um dos casos remonta à madrugada de 21 de maio de 2014, quando o antigo ministro da Cultura terá forçado, de forma agressiva, a entrada em casa de Bárbara e do ex-companheiro Kiki Neves, depois de ter recebido, às 5h38, uma chamada telefónica do filho Dinis, à data com 11 anos, a queixar-se de estar sozinho em casa com a irmã, Carlota, na altura com três anos de idade.
Bárbara Guimarães, de 44 anos, acusava Manuel Maria Carrilho, de 66, de a ter agredido depois de ter entrado na casa da apresentadora da SIC.
Bárbara Guimarães satisfeita com condenação de Carrilho, arguido vai recorrer
O advogado de Barbara Guimarães mostrou-se satisfeito com a condenação de Manuel Maria Carrilho a quatro anos e meio de pena suspensa, enquanto o defensor do ex-ministro considerou que os factos foram "mal julgados" e vai recorrer.
"Acho que foi feita justiça, estou muito contente com a decisão e esperava que acontecesse aquilo que aconteceu", disse o advogado Pedro Reis aos jornalistas, depois de se saber que o ex-ministro foi condenado a quatro anos e meio de pena suspensa por vários crimes, entre os quais violência doméstica.
O defensor da apresentadora de televisão pediu ainda "contenção aos órgãos de comunicação social" que, em seu entender, "têm dado guarida a declarações injustas que são atentatórias da honra" de Bárbara Guimarães.
Sobre os crimes de ameaça, violência doméstica e difamação dado como provados em julgamento, o advogado considerou que "são situações absolutamente vergonhosas para o arguido Carrilho".
Por outro lado, o advogado Paulo Sá e Cunha garantiu que ia recorrer da decisão do tribunal, defendendo que os factos "estão mal julgados, sobretudo pelo peso que se deu à versão de determinados depoimentos e dos próprios assistentes em detrimento de elementos de prova objetivos e que foram mal avaliados".
O advogado do arguido recordou que neste processo não foram julgados os factos relacionados com uma "pretensa violência doméstica que esteve na origem do divórcio", que pertencem a outro julgamento que está a decorrer.
Manuel Maria Carrilho é arguido em outro processo no qual está acusado de 24 crimes -- um de violência doméstica e 23 de difamação -- cometidos contra a sua ex-mulher e ambos os advogados desvalorizam uma possível interferência da pena hoje aplicada numa decisão futura.
Aos jornalistas, o ex-ministro da cultura disse apenas estar muito tranquilo com o recurso que vai apresentar e que, neste momento, a sua "grande preocupação" é a filha menor.
"Estou muito tranquilo. O tempo tem-me dado razão, são processos difíceis. O mais importante é que aos olhos dos meus filhos eu estou 100% absolvido", afirmou.
Carrilho foi condenado a quatro anos e seis meses de prisão com pena suspensa por agressão, injúrias, violência doméstica, entre outros crimes cometidos contra a sua ex-mulher em 2014 a quem terá de pagar 50 mil euros.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt