Cheira a Touriga

Vinho revela caráter clássico da colheita de 2016.

09 de outubro de 2018 às 19:58
Cheira a Touriga Foto: Direitos Reservados
Dez hectares de vinha apostam na Touriga Nacional, a casta tinta considerada das mais nobres e exigentes de Portugal Foto: Direitos Reservados

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Um Porto Vintage é, por natureza, um vinho para se beber a partir do seu 12.º ano de vida, coisa que acontece pelo facto do vinho precisar desse tempo todo para começar a cheirar a Vintage.

Depois, esta categoria de Porto tanto pode viver 20, 30, 50, 70 ou mais anos. Como é que a gente sabe ao certo o seu prazo de vida? Pois, não sabemos. Quer dizer, existem dados que ajudam a perceber a coisa (o histórico da empresa e a prova do vinho em novo), mas, tratando-se de um produto que vai evoluindo com o tempo, a evolução tanto pode ser curta, prolongada ou muito prolongada. É a vida.

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Acontece que por causa de modas que vieram dos EUA, os Porto Vintage começaram a ser bebidos muito novos, por revelarem aromas frutados e florais intensos, com uma boca que faz um equilíbrio perfeito entre doçura e estrutura. Quem gosta de Vintage com idade dificilmente muda, mas verdade se diga que é desafiante provar Vintage novos, sempre com aquele objetivo de imaginar e perceber como irá evoluir o vinho.

Este Porto Vintage 2016, da Poças, é um caso sério em matéria de fruta e de poder de boca, a comprovar que a declaração generalizada de Vintage para a colheita de 2016 faz todo o sentido. Uma pessoa leva o copo deste Poças muito carregado de cor ao nariz e fica logo encantado pelos aromas da Touriga Nacional (violetas), à mistura com um misto de cânfora, especiarias e aqueles bombons de chocolate com licor.

Na boca, sedoso, envolvente, com taninos vivos e boa integração com a aguardente. Apetece estar sempre a bebericar o raio do vinho. Lá está, é plausível que daqui por 20 anos este Vintage esteja no seu auge, mas, agora, já encanta e bem. 

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Beber um Porto num copo manhoso é um desperdício  

E a pergunta é: que sentido faz abrir uma garrafa que não custa naturalmente pouco dinheiro para, depois, deitar tudo a perder com copos grossos e aberturas largas?  Ainda por cima falamos de investimentos baixos.

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