Congressista dos EUA critica intromissão de Bolsonaro nas presidenciais americanas

"Família Bolsonaro tem de ficar fora das eleições americanas", disse Eliot Engel.

jair bolsonaro
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O presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes norte-americana, Eliot Engel, criticou o que classificou como a ingerência de membros da família Bolsonaro na campanha para as presidenciais nos EUA, marcadas para 3 de Novembro. Numa mensagem no twitter, Engel, que é do Partido Democrata, afirmou ser inaceitável que o clã comandado pelo presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, tente influir na decisão dos eleitores americanos.

 "Já vimos esse roteiro antes. É vergonhoso e inaceitável. A família Bolsonaro tem de ficar fora das eleições americanas", escreveu Engel, mostrando o seu desagrado com compartilhamentos do clâ Bolsonaro nas redes sociais em favor de Donald Trump, candidato do Partido Republicano à reeleição e que enfrenta um momento difícil na campanha devido a erros que tem cometido, nomeadamente na forma como enfrentou, ou deixou de enfrentar, a pandemia da Covid-19 nos EUA.

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A indignação de Eliot Engel foi uma resposta ao compartilhamento feito por Eduardo Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro, de um vídeo da campanha de Trump, em que este ataca três dos principais nomes dos democratas norte-americanos, a ex-candidata presidencial Hillary Clinton e os ex-presidentes Bill Clinton e Barack Obama. No vídeo, acompanhando a sucessão de imagens dos três alternadamente com imagens de Trump, este ataca os adversários dizendo aos eleitores, "Primeiro eles ignoram-te. Depois riem-se de ti. Depois chamam-te de racista. O teu voto vai mostrar que eles estão todos errados".

Jair Bolsonaro é um admirador fanático de Trump e tem feito questão de evidenciar isso tanto nas redes sociais, onde defende o americano incondicionalmente, quanto nas viagens que tem feito aos EUA tentando mostrar uma proximidade política e pessoal que, na verdade, não parece recíproca. Apesar de repetir que Bolsonaro "é um bom homem e um bom amigo", Trump tem tomado sucessivas medidas que prejudicam os interesses e as aspirações do Brasil, e não se farta, mesmo que com uma subtileza que não lhe é habitual, de criticar o brasileiro.

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Eduardo Bolsonaro, por seu turno, nas viagens que também tem feito aos EUA, algumas sem qualquer motivo oficial, faz questão de enaltecer Trump, usou um boné da campanha do americano à reeleição e por muito pouco não se tornou, mesmo não tendo qualquer qualificação para isso, embaixador brasileiro em Washington. Jair Bolsonaro indicou-o ao cargo, Donald Trump disse publicamente que o receberia de braços abertos, mas o Senado brasileiro rejeitou quase unanimemente a indicação, entre outros motivos porque o principal argumento tanto do presidente brasileiro para justificar a indicação como de Eduardo é que este fala muito bem inglês e até já tinha trabalhado nos EUA a fritar hamburgueres num estabelecimento naquele país.

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