Crise pode levar 100 milhões de pessoas à pobreza extrema

Em 2015, o Banco Mundial estimava que 734 milhões de pessoas viviam em pobreza extrema.

21 de agosto de 2020 às 08:04
Pobreza Foto: Getty Images
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O presidente do Banco Mundial, David Malpass, estimou hoje que a crise gerada pela covid-19 pode levar até 100 milhões de pessoas à pobreza extrema em todo o mundo e apelou aos credores para reduzirem a dívida dos países pobres.

Em entrevista à Agência France-Presse (AFP), o responsável do Banco Mundial disse que entre 70 e 100 milhões de pessoas podem entrar em "pobreza extrema", número que "pode aumentar" se a pandemia piorar ou durar muito tempo.

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Por isso, é "imperativo" que os credores reduzam a dívida dos países pobres", defendeu Malpass.

Os países do G20, grupo que inclui os ministros das Finanças e os responsáveis dos bancos centrais das maiores economias do mundo, decidiram, em abril, suspender o pagamento da dívida dos países mais pobres até ao final de 2020.

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O Banco Mundial, à semelhança de várias organizações não-governamentais (ONG), defende a prorrogação desta moratória até 2021, possibilidade que deverá ser votada pelo G20 em outubro.

Para David Malpass, esta não é uma ajuda suficiente, uma vez que os países em causa vão continuar a ter dificuldade em liquidar os pagamentos.

O responsável do Banco Mundial sublinhou ainda que a redução da dívida deve depender da situação de cada país.

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Em 2015, esta instituição estimava que 734 milhões de pessoas já viviam em pobreza extrema, ou seja, cerca de 10% da população mundial.

Porém, a crise decorrente da pandemia de covid-19 veio agravar esta situação com, por exemplo, a supressão de empregos e as dificuldades de abastecimento.

"Tudo isto contribui para atirar as pessoas para [uma situação] de pobreza extrema", notou Malpass.

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A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 787.918 mortos e infetou mais de 22,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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