Enfermeiros temem "período caótico" nos hospitais com redução para 35 horas
Ordem dos Enfermeiros alerta para situação que se pode agravar devido ao início do período de férias.
Os enfermeiros temem "um período caótico" e "de rutura" na maioria dos hospitais a partir de domingo, devido à passagem de milhares de profissionais para 35 horas de trabalho semanais sem a concretização das contratações pedidas pelas instituições.
A situação torna-se mais grave por acontecer no início do período de férias, alerta a Ordem dos Enfermeiros e o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), avisando que o Algarve e o interior do país serão os mais prejudicados.
"Estava previsto que houvesse, nestes primeiros seis meses, um processo ou um plano de contratação de enfermeiros para que, chegados a esta hora, a transição para as 35 horas pudesse ser feita de uma forma o mais calma possível", mas isso não aconteceu, lamentou à agência Lusa a dirigente do SEP Guadalupe Simões.
Redução de atividade hospitalar a partir de domingo
Os administradores hospitalares alertam que atividades programadas como cirurgias terão de ser reduzidas, caso não seja reposto o número de profissionais necessário para garantir a qualidade do serviço, na sequência da aplicação das 35 horas de trabalho semanais.
A partir de domingo, enfermeiros, assistentes e técnicos vão regressar às 35 horas de trabalho semanais, em vez das 40 atuais, numa altura de férias e em que há greves marcadas por sindicatos às horas extraordinárias.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares adiantou que "a grande preocupação", já manifestada ao Governo e aos grupos parlamentares, se prende com "os níveis de serviço" que são possíveis prestar a partir desta data.
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