Fecho de base da Renamo é "enorme contributo" para calar armas em África, diz Moussa Faki Mahamat

Última base da Renamo foi encerrada em Vanduzi, mais de 30 anos depois do fim da guerra civil moçambicana.

18 de junho de 2023 às 19:02
Moussa Faki Mahamat Foto: Reuters
Partilhar

O presidente da comissão da União Africana (AU), o chadiano Moussa Faki Mahamat, defende que o encerramento da última base da Renamo, em Moçambique, dará um enorme contributo para o silenciamento das armas no continente africano.

Num comunicado, divulgado nas redes sociais da organização pan-africana, Moussa Faki Mahamat saudou o encerramento, em 15 de junho, na Gorongosa, província de Sofala, Moçambique, da última base militar da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), sublinhando "o tremendo contributo no caminho para o silenciamento das armas em África".

Pub

"A desmobilização dos últimos ex-combatentes da Renamo é uma verdadeira demonstração da determinação do governo de Moçambique e da Renamo para uma paz, reconciliação, reintegração e desenvolvimento sustentáveis", escreveu.

O presidente da comissão da UA elogiou o presidente moçambicano Filipe Nyusi "pela sua liderança, devoção e empenho na construção da confiança e promoção da reconciliação e tolerância entre os moçambicanos", bem como o "compromisso do líder da Renamo, Ossufo Momade, em ter honrado todas as obrigações acordadas durante o processo" de desmilitarização.

Pub

Moussa Faki Mahamat renovou ainda o compromisso da União Africana de apoiar os "esforços moçambicanos para a promoção da paz, segurança e estabilidade" no país.

A última base da Renamo foi encerrada em Vanduzi, distrito de Gorongosa, na província central de Sofala, na quinta-feira, mais de 30 anos depois do fim da guerra civil moçambicana.

Participaram na cerimónia o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Ossufo Momade.

Pub

O encerramento da 16.ª base da Renamo integra-se no âmbito do Acordo de Maputo para a Paz e Reconciliação Nacional, assinado em agosto de 2019.

A cerimónia representou o final do processo de desmobilização de 5.221 guerrilheiros que permaneciam nas bases em zonas remotas e que começaram a entregar as armas há quatro anos.

Segue-se a fase de reintegração, que inclui o início do pagamento de pensões aos desmobilizados.

Pub

A Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder desde a independência, em 1975, considerou o encerramento da base da Renamo, com a qual lutou na guerra civil, como "um marco histórico".

O encerramento da última base da Renamo aconteceu 10 dias antes de Moçambique celebrar 48 anos de independência e às portas de um novo ciclo eleitoral, com autárquicas em outubro e eleições gerais em 2024.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar