Foi escrava sexual, agora conta a história em filme
Frida Farrell é protagonista de fita que conta a sua própria história.
Um filme basear-se numa história real é um facto comum. Bem menos frequente é a atriz principal encarnar o papel que ela própria viveu na vida real. Mas é o que acontece em 'Selling Isobel' (Vendendo Isobel) em que a atriz sueca Frida Farrel conta o caso de uma mulher raptada e obrigada a servir como escrava sexual.
Em 2002, Farrel tinha 22 anos. Foi convidada a ir uma sessão de fotografia em que lhe era prometido o acesso a uma campanha publicitária para a Harley Davidson, a troco de oito mil libras. Mas quando entrou no apartamento de Londres, mergulhou num pesadelo. Foi forçada a tirar fotos pornográficas e a ter sexo com vários homens desconhecidos.
"Às vezes deito-me na cama e pergunto ‘Porquê, porquê, porque é que foste tão estúpida? Ainda me culpo, porque acho que cheguei a ter o poder de escolher e não o fiz", conta agora ao jornal ‘The Times of London’
Frida recorda que conheceu o homem que a raptou numa rua de Londres. Apresentou-se como 'Peter' e convidou-a para a sessão de fotos. "Não achei suspeito porque já me tinha acontecido o mesmo em Paris, Milão e Nova Iorque", conta Frida, que era modelo na altura.
Mas teve algum cuidado. Verificou que o site que o homem mostrava no cartão de visita era real , e perguntou ao namorado se achava que o negócio de 'Peter' era real. Tudo parecia bater certo.
Foi a uma primeira sessão de fotos em que as coisas correram normalmente. Mas, na segunda vez que entrou no apartamento de Peter, foi imediatamente ameaçada com uma faca . Os três dias seguintes foram um inferno. Drogada, foi levada inconsciente para outra casa, onde as janelas tinham grades. Aí, foi obrigada a usar roupa interior usada, a deixar-se fotografar em poses pornográficas e forçada a fazer sexo com ‘Peter’ e mais cinco homens que nunca tinha visto.
Todos estes momentos aparecem no filme. A atriz só conseguiu escapar porque ‘Peter’ se esqueceu de trancar a porta de casa, ao fim de três dias de horror. Frida abriu a porta e correu o mais que pôde. Só parou em casa de um amigo. Fez queixa à polícia, mas não tem notícia de o agressor ter sido apanhado.
Aos 36 anos, Frida resolveu contar a história em filme. Encorajada pelo atual marido, quis partilhar o horror que viveu. "Filmar foi terapêutico", conta Frida. O realizador Rudolf Beitendach era o único membro da equipa a saber quem era a personagem real do filme. Nem o próprio pai sabia até ao dia da estreia do filme. 'Selling Isobel ‘ tem sido muito bem recebido nos festivais por onde passou.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt