PS: Passos Coelho vai cair na Assembleia da República

João Soares lamenta indigitação de Passos Coelho.

22 de outubro de 2015 às 20:40
Pedro Passos Coelho, indigitado, governo, primeiro-ministro, João Soares, derrubado, parlamento Foto: João Cortesão
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O deputado socialista João Soares lamentou esta quinta-feira que o Presidente da República tenha indigitado o líder do PSD como primeiro-ministro, numa decisão que faz o país "perder tempo" porque "inevitavelmente" Passos Coelho vai ser derrubado no parlamento.

"Penso muito sinceramente que esta decisão do Presidente da República faz o país perder tempo porque inevitavelmente aquele que foi indigitado como futuro primeiro-ministro vai cair nesta Assembleia da República, não tenho sobre isso qualquer espécie de dúvidas", afirmou João Soares aos jornalistas no parlamento.

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De acordo com João Soares, "vai ser preciso chamar alguém que esteja em condições de assegurar um Governo estável e duradouro em termos de apoio parlamentar, e isso só pode ser feito pelo PS, pelo BE e pelo PCP".

Não divisões no seio do PS

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João Soares recusou ainda que haja divisões no seio dos socialistas sobre o acordo que tem vindo a ser negociado com BE e PCP para uma alternativa a um governo PSD/CDS-PP, partidos que, no quadro da coligação Portugal à Frente, venceram as eleições legislativas de 4 de outubro, sem maioria absoluta no parlamento.

"O grupo parlamentar do PS e o PS estão unidos no apoio a uma solução histórica no nosso país, que, pela primeira vez, pode acabar com aquilo que era um conceito abstruso do ponto de vista democrático, o conceito do arco governativo", disse.

Questionado sobre a possibilidade de haver deputados socialistas que votem contra no parlamento decisões necessárias à formação de um eventual governo PS apoiado por BE e PCP, como moções de rejeição a um executivo PSD/CDS-PP, João Soares respondeu: "Não me parece possível e acabei de estar mais de uma hora numa reunião do grupo parlamentar do PS".

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Lamenta a decisão de Cavaco Silva

O socialista começou por lamentar a decisão do Chefe de Estado porque "faz o país perder tempo quando precisava de uma decisão rápida em matéria de nomeação de um Governo", estranhando igualmente que Cavaco Silva tenha indigitado um primeiro-ministro que não assegura "uma solução estável e duradoura em termos de maioria parlamentar", o que "está em contradição" com aquilo que o próprio Presidente tem vindo a afirmar.

"A única solução estável e duradoura, como os portugueses já compreenderam ao longo deste processo complicado de negociações entre as lideranças partidárias, é aquela que resultará do entendimento entre o PS, o BE e o PCP", declarou.

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"António Costa disse, como aliás têm dito quer a líder coordenadora do BE, quer o líder do PCP, que não há condições para um governo de direita. Por isso é que é particularmente estranho e de lamentar que o senhor Presidente da República tenha indigitado alguém que sabe que não tem condições para assegurar um governo estável e duradouro", insistiu.

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