Júlio Machado Vaz quer devolver medalha da cidade do Porto

Médico protesta por falta de ajuda a casa de acolhimento. Câmara diz que está disponível.

22 de setembro de 2016 às 13:26
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A Câmara do Porto disse hoje estar disponível para "ajudar a resolver financeiramente" os problemas da Comunidade Paulo Vallada, uma casa de acolhimento de mães adolescentes que o médico Júlio Machado Vaz diz correr risco de encerramento.

O psiquiatra e diretor da Comunidade revelou na quarta-feira que a instituição vai fechar em outubro e que pretende devolver a Medalha da Cidade atribuída pela Câmara do Porto em 2015, em protesto pelo "silêncio" da autarquia no processo.

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Numa resposta escrita enviada à Lusa, o vereador da Ação Social, Manuel Pizarro, diz que "a Câmara do Porto "reitera a disponibilidade, já assumida, de ajudar a resolver financeiramente" os problemas da Paulo Vallada "de acordo com os recursos ao seu alcance e que são do conhecimento da associação".

"A Câmara conhece a situação e as dificuldades que atravessa a Comunidade de Inserção Paulo Vallada, que faz um valioso trabalho de proteção de mães em dificuldades e dos seus filhos", refere Manuel Pizarro.

O vereador acrescenta que a autarquia é "alheia ao facto de que a Comunidade se verá privada das suas instalações".

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"Isso resulta da venda do imóvel em que está instalada desde a sua criação, que era propriedade da Fundação da Juventude", acrescenta.

Pizarro diz ainda que a Câmara "não foi parte desse processo e não tem ao seu dispor nenhuma alternativa que permita a instalação da Comunidade".

Júlio Machado Vaz, membro do Conselho Consultivo da Fundação da Juventude e diretor técnico da Comunidade Paulo Vallada, revelou na rede social Facebook que, em outubro, aquele projeto "terá deixado de existir" e que "neste momento, as meninas/mães" por ele acolhidas "vão sendo encaminhadas para outras instituições".

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O médico descreve vários contactos feitos com a Câmara do Porto para tentar resolver o problema e denuncia que as perguntas feitas à autarquia "esbarraram no silêncio".

"Se a Paulo Vallada fecha as portas é minha obrigação defender-lhe a dignidade [...]. a minha Medalha será devolvida à Câmara. Quem sabe, talvez a próxima IPSS [Instituição Particular de Solidariedade Social] que solicitar vinte ou trinta minutos de atenção tenha mais sorte", escreveu Machado Vaz.

De acordo com o médico, a ajuda pedida à Câmara para "estabilizar a Paulo Vallada" foi pedida "há quase dois anos" e a resposta da autarquia, dada através de Manuel Pizarro, "foi afirmativa, com a legítima exigência de uma redução de custos do funcionamento".

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"Foi no início do ano que ficámos a saber que até ao Verão teríamos de encontrar novas instalações [...]. Escrevi a Manuel Pizarro [...]. Nenhuma resposta. Um mês depois repeti a diligência, salientando a urgência da situação. Silêncio mantido", lamenta Machado Vaz.

Ricardo Carvalho, presidente executivo da Fundação da Juventude, explicou à Lusa que aquela instituição acolheu a Comunidade Paulo Vallada durante dez anos mas que o projeto foi "autonomizado há três".

Apesar disso, diz o responsável, a Fundação da Juventude continuou a apoiar a Paulo Vallada, nomeadamente mantendo a cedência das instalações onde o projeto funcionava.

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"No final de 2015 deixou de ser possível manter esse apoio e informamos a Comunidade, tendo mantido a disponibilidade para ajudar e o acompanhamento do processo", indicou.

De acordo com o presidente da Fundação da Juventude, "não há problema com a recolocação das jovens" que a Comunidade acolhia noutras instituições.

A Lusa tentou, sem sucesso até ao momento, falar sobre este assunto com a Segurança Social, e Júlio Machado Vaz.

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