Lula recebeu autorização para ir ao funeral do irmão mas decidiu não ir

Ex-presidente brasileiro tinha, inicialmente, visto o seu pedido para estar presente no funeral negado.

30 de janeiro de 2019 às 15:07
Lula da Silva Foto: Getty Images
Lula da Silva Foto: Getty Images

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O presidente do Supremo Tribunal Federal permitiu ao ex-presidente brasileiro Lula da Silvacomparecer ao velório do irmão, em São Paulo. No entanto, a decisão foi divulgada já quando o cortejo fúnebre estava a sair da igreja, impossibilitando Lula de assitir ao funeral. 

O antigo líder do Partido Trabalhista está de momento a cumprir pena de prisão e tinha visto ser negado o seu pedido para atender ao velório do irmão Genival Inácio da Silva por duas vezes.

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O irmão de Lula morreu na terça-feira de manhã, aos 79 anos.

Numa primeira instância, a juíza Carolina Lebbos, responsável pela execução da pena do ex-presidente, negou o pedido, baseando-se na declaração da Polícia Federal e do Ministério Público de que não haveria tempo suficiente para montar uma logística de transporte do ex-presidente até o local.

A juíza acrescentou que "os fundamentos utilizados pelo diretor do estabelecimento prisional" são reforçados pelas razões aduzidas pelo Ministério Público Federal, incluindo a possibilidade de "tumulto e protestos generalizados" que iria gerar "confrontação indesejável e polarização de atos e ideias".

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Em comunicado, o Partido dos Trabalhadores (PT) criticou a decisão e disse que "usurpar o direito de um cidadão de vigiar e enterrar um ente querido" é uma das "atitudes mais cruéis" possíveis.

O PT lembrou que "nem mesmo durante a ditadura militar" (1964-1985), quando "era preso político", Lula da Silva "foi impedido desse direito e velou a mãe".

Lula, que chefiou o Brasil de 2003 a 2010, encontra-se preso na sede da Polícia Federal Curitiba, depois de ter sido condenado a 12 anos de prisão por corrupção passiva e branqueamento de capitais, numa investigação da operação Lava Jato.

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Na sentença, um tribunal de segunda instância deu como provado que Lula recebeu um apartamento de três andares, localizado numa praia de São Paulo, em troca de favores concedidos à empresa construtora OAS, o que o ex-Presidente negou veementemente.

Os advogados de Lula pediram, em várias ocasiões e sem êxito, a liberdade do antigo governante, que consideram uma vítima de "perseguição política e judicial".

Além desta condenação, Lula da Silva está ainda a responder por outros processos na justiça, a maioria deles por corrupção.

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