Marcelo Rebelo de Sousa é candidato para pagar "dívida moral"
"Cumprirei o meu dever moral", disse o candidato.
Marcelo Rebelo de Sousa justificou esta sexta-feira a sua candidatura à Presidência da República por considerar ter de pagar ao país o que dele recebeu e por ter o desprendimento exigido de quem não precisa de "lugares, promoções e popularidades".
"Cumprirei o meu dever moral de pagar a Portugal o que Portugal me deu. Serei candidato à Presidência da República de Portugal", afirmou, dizendo que de outro modo "sentiria o remorso de ter falhado por omissão".
No discurso de pouco mais de 10 minutos sem direito a perguntas, Marcelo explicou que depois de ponderado o seu percurso, as candidaturas já anunciadas à Presidência da República e tendo também em conta "a situação nacional à saída das eleições para a Assembleia da República", este era o momento de "fazer uma escolha".
"Ou escolhia a solução que menos punha em causa o que faço com entusiasmo (...) e faltava à chamada como alguns garantiam que eu faria, ou escolhia a solução, que rompia com posições estáveis, sedutoras nesta parte da minha vida", afirmou.
"Dever de pagar ao país"
Acima de tudo, frisou, pensava no "dever de pagar ao país" o que recebeu de saúde, oportunidades de vida, experiências de Estado, autarquias, comunicação social, cimeiras europeias e conhecimento de protagonistas da vida internacional.
"É tempo de pagar esta dívida moral. De outro modo eu sentiria até ao final dos meus dias o remorso de ter falhado por omissão", assinalou.
E acrescentou: "Os portugueses não podem dizer que fugi à prova do voto, que me escondi atrás das minhas conveniências".
Durante a apresentação da sua candidatura, que espera formalizar até ao final do ano, lembrou o seu percurso enquanto fundador do PSD e o seu contributo "modesto" para a "feitura da Constituição antes de a ensinar" aos seus alunos.
Percurso
"Conheço muito bem a Constituição que nos rege, sei qual é nela o papel do Presidente da República, estou consciente de como o estado do mundo e da Europa não deixam antever anos fáceis e de como Portugal tem de sair claramente de um clima de crise financeira, económica e social, pesada e injusta que já durou tempo de mais", realçou.
Marcelo Rebelo de Sousa apelou ainda ao "diálogo e tolerância", defendendo ser essencial "convergências alargadas sobre aspetos fundamentais de regime".
Ainda sobre o seu trajeto político, contou que acompanhou "as revisões constitucionais de 82 e 97, sempre defendendo um Estado de direito democrático e efetivamente social" e como liderou "o partido no começo de uma difícil travessia no deserto".
Marcelo Rebelo de Sousa passou ainda pela Assembleia Municipal de Cascais, Câmara e Assembleia Municipal de Lisboa, Assembleia Metropolitana de Lisboa e Assembleia Municipal de Celorico de Basto.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt