Canavilhas diz que Breyner soube mudar a arte narrativa

Centenas de pessoas prestaram homenagem a Nicolau Breyner na Basílica da Estrela.

15 de março de 2016 às 20:24
Gabriela Canavilhas Foto: João Miguel Rodrigues
Partilhar

A antiga ministra da Cultura Gabriela Canavilhas referiu-se esta terça-feira a Nicolau Breyner, que morreu na segunda-feira, como "o homem certo no momento certo", na medida em que, disse, soube aproveitar as mudanças tecnológicas para transformar a arte narrativa.

Na Basílica da Estrela, em Lisboa, onde o corpo de Nicolau Breyner está em câmara ardente e onde centenas de pessoas lhe estão a prestar uma última homenagem, a atual deputada do PS ligou Nicolau Breyner à "transformação da forma de fazer televisão em Portugal e de narrar a dramaturgia".

Pub

"Elegante, muito educado, charmoso, mas mordaz e incisivo, sabia ir ao cerne da questão", disse.

Também no mesmo local o realizador de cinema António-Pedro Vasconcelos disse que Nicolau Breyner foi "um ator de cinema como há poucos".

Pub

"Ele é insubstituível", afirmou o realizador que mais vezes dirigiu o ator no cinema, acrescentando que não tinha qualquer vedetismo e que era "fabuloso a improvisar, porque o sabia fazer dentro da personagem".

O cineasta disse ainda que Nicolau Breyner não dava trabalho a dirigir, pois construía a personagem "com desenvoltura e desenvolvimento natural ao longo da narrativa fílmica".

O corpo do ator, de 75 anos, que morreu na segunda-feira, em casa, está, desde pouco depois das 18:30, na Basílica da Estrela, em Lisboa.

Pub

Pelo local passaram, nas últimas horas, outros atores, como Octávio de Matos, José Raposo, João Baião, António Cordeiro, Manuela Maria e Alina Vaz, que contracenou com Nicolau Breyner na peça "A gravata".

O fadista Pinto Basto, a jornalista e escritora Clara Pinto Correia, o antigo ministro da Cultura Pedro Roseta e o advogado Daniel Proença de Carvalho foram outras das figuras que renderam homenagem a Nicolau Breyner.

"O grande vulto da cultura"

Pub

O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, realçou hoje, à entrada da Basílica da Estrela, em Lisboa, "o grande vulto da cultura" que foi Nicolau Breyner, que morreu na segunda-feira, aos 75 anos.

O ex-primeiro-ministro justificou a sua deslocação à Basílica com o "imenso talento e vulto da cultura que foi Nicolau Breyner", que, disse, "tocou a todos". O presidente do PSD referiu a amizade que tinha com o ator, cujo "talento irá permanecer pelos anos".

A polícia instalou baias de segurança no acesso à capela onde está a ser velado o ator, e por onde já passaram, entre outros, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro, António Costa, o ministro da Cultura, João Soares, que não prestaram declarações, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, a vereadora da Cultura, Catarina Vaz Pinto, e o ex-secretário de Estado da Cultura Jorge Barreto Xavier.

Pub

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar