Obras permitem mais 2 000 presos

A remodelação das instalações prisionais em curso vai permitir aumentar a capacidade das prisões em cerca de dois mil lugares.

25 de março de 2014 às 17:46
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O diretor-geral de Reinserção e Serviços Prisionais, Rui Sá Gomes, disse esta terça-feira que a requalificação dos estabelecimentos prisionais em curso vai permitir diminuir os atuais números da taxa de ocupação prisional.

Rui Sá Gomes, que hoje foi o orador convidado para o almoço-debate da revista Segurança e Defesa, adiantou aos jornalistas que as obras em curso, que devem estar concluídas este ano, vão permitir dar uma resposta à sobrelotação do sistema, sublinhando que as remodelações estão a ser feitas com recurso a mão-de-obra prisional.

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Os últimos dados da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) referem que 14.234 reclusos estavam detidos nas cadeias portuguesas a 17 de março, sendo a taxa de ocupação de 17 por cento, ou seja, ultrapassando em 2.067 lugares a lotação existente.

Os dados indicam também que, desde o início do ano, já deu entrada nas prisões mais de uma centena de reclusos. As estatísticas disponíveis na página da DGRSP mostram que existe atualmente o valor mais elevado de presos desde 1999, ano em que foram criadas as estatísticas.

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Segundo Rui Sá Gomes, a nova cadeia de Angra do Heroísmo e as obras em Caxias e Custóias já estão concluídas e a remodelação em Coimbra está em fase muito avançada de execução.

O diretor-geral de Reinserção e Serviços Prisionais explicou que o atual número de reclusos nas cadeias está relacionado com "a diminuição das liberdades condicionais e maior entrada de reclusos no sistema", chegando muitos presos aos estabelecimentos prisionais já condenados.

Na sua intervenção durante o almoço-debate, Rui Sá Gomes falou da importância das penas não privativas da libertada, que aumentaram em cerca de 500 por cento nos últimos 30 anos.

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No final de 2013, cerca de 26.540 arguidos tinham este tipo de penas, adiantou, explicando que as penas não privativas da liberdade são sobretudo aplicadas a quem comete crimes ligados à segurança rodoviária e violência doméstica.

Rui Sá Gomes defendeu ainda que só com disciplina e segurança nas cadeias é que podem haver reinserção social dos reclusos. "Reinserção social e segurança são duas faces da mesma moeda. Uma sem outra não existe", disse, assegurando que indisciplina "não é o paradigma" do meio prisional português, apesar da sobrelotação.

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