"Grande dose de fé" para encarar a justiça portuguesa na Operação Fizz

Luaty Beirão comenta processo judicial que envolve o ex-vice-Presidente da República, Manuel Vicente.

11 de maio de 2018 às 10:22
Manuel Vicente, antigo vice-presidente de Angola Foto: Direitos Reservados
O ativista luso-angolano, Luaty Beirão
Manuel Vicente Foto: Lusa

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O ativista dos direitos humanos angolano Luaty Beirão considerou esta manhã de sexta-feira ser necessária uma "grande dose de fé" para encarar a decisão da Justiça portuguesa, de transferir para Angola o processo judicial que envolve o ex-vice-Presidente da República, Manuel Vicente.

"É preciso uma grande dose de fé e um grande exercício de negação do óbvio para dissociar essa decisão de interferência política no poder judicial, cuja credibilidade sai beliscada", afirmou, em declarações à Lusa, em Luanda, Luaty Beirão, reagindo à decisão do Tribunal da Relação de Lisboa, que considerou que a aplicação da lei da amnistia em Angola aos factos imputados a Manuel Vicente, no processo Operação Fizz, "não põe em causa a boa administração da Justiça".

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"Numa altura em que parece haver um esforço colossal para levar alguns dos mais ilustres bandidos mascarados de políticos e empresários às barras dos tribunais, esta decisão pode constituir um revés na perceção do cidadão português acerca do seu sistema de Justiça e, por arrasto, da qualidade da sua democracia", lamentou Luaty Beirão, um dos 17 ativistas que chegou a cumprir pena, em 2016, por condenação do tribunal de Luanda.

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