"Reduzida estatura discrimina pessoas"
Maria do Céu Seabra, coordenadora do núcleo de nanismo da Raríssimas, define objetivos de I congresso internacional.
Correio da Manhã – Quais os principais objetivos deste encontro?
Maria do Céu Seabra – Abordar uma grande variedade de temas, quer ao nível clínico como a nível social. Como é que a sociedade nos vê, quer no mundo do trabalho como em termos de barreiras arquitetónicas.
Há a preocupação de partilhar experiências com associações de outros países?
Há a necessidade de estabelecer parcerias. Trazer experiências do estrangeiro e partilhar o que existe no nosso país.
Ainda há discriminação para com as pessoas de tamanho muito abaixo do normal?
Ainda existe discriminação porque as pessoas tendem a selecionar aquilo que não conhecem. Perante o desconhecimento e a falta de informação a reduzida estatura discrimina as pessoas.
O vosso núcleo procura dar visibilidade às vossas capacidades?
Sim. Aquilo que nós, pessoas de muito baixa estatura queremos é ter uma integração tão boa como uma pessoa de estatura normal. E para isso são necessárias adaptações.
De que medidas concretas fala?
Medidas que melhorem a nossa funcionalidade no dia a dia. Falo de multibancos que não estão à nossa altura. Ou de hipermercados que têm prateleiras inacessíveis Para isso é necessário providenciar auxiliares que nos possam ajudar nas compras.
Quantas pessoas sofrem de nanismo em Portugal?
Serão entre 400 a 500. Mas é uma estimativa. Não existem números concretos.
A sociedade identifica as pessoas de muito baixa estatura como anões. Não gosta da palavra?
Não. Ofende e encerra um sentido de capacidade reduzida.
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