Revolta docente contra vinculação
Centenas de professores mais experientes fora do quadro.
A necessidade de ter contrato anual e completo neste ano letivo para vincular aos quadros deixa de fora centenas de professores mais experientes e está a gerar muita contestação. Esta exigência foi introduzida pelo Ministério da Educação (ME) na última proposta de vinculação extraordinária, apresentada aos sindicatos na sexta-feira.
Muitos vinculavam com a proposta apresentada a 30 de dezembro, mas não com a nova. "Durante 13 dias pensei que vinculava, mas desde sexta-feira fiquei fora. Estou angustiado e nem dormir consigo", conta ao CM João Carlos Pereira, que leciona desde 2002. "Tenho 15 contratos sucessivos com o ME, mas este ano fui colocado, em contratação inicial, num horário incompleto de 19 horas. Não vinculo e sou ultrapassado por colegas menos graduados", disse. Nas redes sociais foi criada a página ‘Vinculei durante 13 dias’.
Casos como este levaram ontem a Fenprof a exigir, num ofício enviado ao ME, a retirada da exigência de ter contrato completo neste ano letivo. A Fenprof afirma que muitos professores mais graduados foram colocados na contratação inicial com horários incompletos, porque a mobilidade por doença foi posterior, só libertando em setembro horários completos para os menos graduados.
A Fenprof propôs que fosse o critério da graduação profissional (nota de curso mais tempo de serviço) a ditar quais os docentes que vinculam, entre os que têm 12 anos de serviço e cinco contratos nos últimos seis anos.
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