Ryanair admite ter recorrido a voluntários e tripulação estrangeira durante a greve

Companhia irlandesa lamentou que alguns trabalhadores tenham sido alvo de mensagens intimidatórias e 'posts' nas redes sociais.

01 de abril de 2018 às 14:42
Ryanair Foto: Raúl Coelho
Ryanair Foto: Reuters
Ryanair, Faro, Frankfurt, Belfast, Aberdeen, Cardiff, Hamburgo, economia, negócios e finanças, transportes, aviação Foto: Rafael Marchante/Reuters

1/3

Partilhar

A Ryanair admitiu este domingo ter recorrido a voluntários e a tripulação estrangeira durante a greve dos tripulantes portugueses, de acordo com um memorando enviado aos trabalhadores, a que a Lusa teve acesso.

"Agradecemos a todos os que trabalharam na última quinta-feira, o vosso apoio é muito apreciado. Durante a greve portuguesa, muitas das nossas tripulações chamadas ao dever, juntamente com alguns voluntários extra e rotações vindas de bases não portuguesas, [fizeram] com que provocássemos apenas pequenas perturbações nos nossos voos e aos clientes", lê-se no documento.

Pub

A companhia irlandesa lamentou ainda que alguns trabalhadores tenham sido alvo de mensagens intimidatórias e 'posts' nas redes sociais.

Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil 

A presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) denunciou este domingo que a Ryanair está a contactar tripulantes na Europa para substituírem os grevistas portugueses, chegando inclusivamente a ameaças de despedimento.

Pub

Perante o avanço da paralisação, a Ryanair começou "a substituição de grevistas" e a fazer reversão de voos, ou seja, em vez de estes se iniciarem em território nacional para depois regressarem, a partida é de outro país, além de saírem aviões de Portugal sem passageiros para ir "buscar tripulantes de outras bases da Europa".

Luciana Passo aponta algo que se tem tornado "viral na Ryanair na Europa", que passa por "telefonar aos tripulantes que estão de prevenção e dizer que estão nomeados para os voos em Portugal".

Quando os tripulantes estrangeiros questionam se o objetivo é substituir algum colega em greve em Portugal, "dizem que não têm nada de saber", apontou Luciana Passo.

Pub

Mas a operadora aérea não se fica por aqui, salienta, porque quando os colegas dizem que não aceitam, os trabalhadores "são ameaçados de despedimento", como o caso de uma colega espanhola, cujo áudio da conversa telefónica a Lusa teve acesso.

Os problemas que os tripulantes portugueses enfrentam "são transversais em toda a Europa", é "um movimento europeu que vai crescendo e não tenho a menor dúvida que uma greve a nível europeu de tripulantes da Ryanair vai ser uma realidade muito em breve", previu.

"A Ryanair não tem de perder a cara, só tem de aceitar aplicar a lei nacional nas bases onde tem tripulantes, é isso que se pretende", afirmou, salientando que "a lei do medo não ser a que vinga".

Pub

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar