Trabalhador apresenta plano de recuperação da TNC
O plano de recuperação da Transportadora Nacional de Camionagem (TNC) já deu entrada no Tribunal do Comércio de Lisboa (TCL) e foi apresentado por um funcionário que é também um pequeno credor da empresa, confirmou o sindicato do sector
"A juíza não marcou [quinta-feira] a assembleia de credores porque entendia que faltava um plano de viabilização da empresa, mas com a entrega deste documento pensamos que estão reunidas todas as condições para que agora seja marcada", declarou Anabela Carvalheira, do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos (STRUP).
"O plano de recuperação é o mesmo apresentado no ano passado pelo administrador de insolvência [não foi aprovado porque um ex-trabalhador o impugnou judicialmente] devidamente actualizado e com a colaboração do representante legal da proprietária da TNC", explicou a sindicalista.
O plano de recuperação tem de ser apresentado obrigatoriamente por um credor da empresa mas, como a proprietária da TNC legalmente não o pode fazer, nem nenhum outro dos vários credores o fez, a solução encontrada passou por ser um trabalhador, também pequeno credor da empresa, a avançar com o plano de recuperação.
Os trabalhadores da transportadora, que pernoitaram nos 51 camiões estacionados junto ao Campus da Justiça, prometem "não arredar pé" até que a juíza analise o documento agora entregue e tome uma decisão.
"Depois de saber a decisão da juíza, se marca ou não a assembleia de credores, vamos reunir com os trabalhadores e decidiremos o que fazer", avançou o coordenador nacional do STRUP, Fernando Fidalgo.
Os 51 camiões saíram na quinta-feira pelas 06h30 de Alverca para realizarem, pela terceira vez, uma marcha lenta na EN10, e chegaram ao Campus da Justiça por volta das 08h00, onde se mantêm desde essa altura.
O processo de insolvência da Transportadora Nacional de Camionagem foi publicado a 05 de Janeiro de 2010 e em assembleia de credores, realizada a 11 de Julho ficou decidida a sua liquidação. Os trabalhadores estão em luta e continuam em vigília na sede da empresa desde 14 de Julho.
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