Vaticano e Mauritânia estabelecem relações diplomáticas
As duas partes estão "desejosas de promover as suas relações amigáveis mútuas".
O Vaticano e a República Islâmica da Mauritânia anunciaram hoje a decisão conjunta de estabelecer relações diplomáticas, num comunicado divulgado pelo Vaticano.
As duas partes estão "desejosas de promover as suas relações amigáveis mútuas", acrescenta o breve comunicado da sede da Igreja Católica.
A República Islâmica da Mauritânia é dirigida por Mohamed Uld Abdel Aziz, um ex-general eleito Presidente em 2009, um ano após o golpe de Estado por si protagonizado, e reeleito em 2014.
Os muçulmanos representam 99% da população. A sharia (lei islâmica) está em vigor, mas as suas sentenças extremas, como as penas de morte e de flagelação, já não são aplicadas desde os anos 1980.
A Mauritânia, que sofreu muitos ataques 'jihadistas' nos anos 2000, nomeadamente sequestros e atentados sangrentos, combateu depois eficazmente os 'jihadistas' no seu território, mas também através de operações "preventivas" no território do vizinho Mali em 2010 e 2011, de acordo com especialistas.
O papa Francisco recebeu em novembro no Vaticano bispos da Conferência Episcopal representando o Senegal, a Mauritânia, Cabo Verde e a Guiné-Bissau e sublinhou, na altura, a importância de "desenvolver no terreno um diálogo construtivo com os muçulmanos, diálogo cada vez mais necessário para viver com eles uma coabitação pacífica".
O diálogo deve "servir os propósitos da reconciliação, da justiça e da paz" e "banir todas as formas de discriminação, intolerância e fundamentalismo religioso", defendeu o papa.
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