O homem acusado de matar um primo à sacholada, em julho de 2013, em Adaúfe, Braga, admitiu esta quinta-feira que pode ter cometido o crime, mas garantiu não se lembrar de ter agredido a vítima.
Num depoimento marcado pela incoerência, o arguido, de 44 anos, disse que, no dia dos factos, foi ele o primeiro a ser agredido na testa com uma enxada, precisamente pelo primo que viria a morrer.
"A partir daí, não me lembro de mais nada, fiquei em estado de choque", referiu.
Depois, trabalhou a tese de legítima defesa: "se não fosse ele [a morrer], era eu", afirmou.
O arguido estava acompanhado do filho, de 14 anos, que também terá agredido a vítima.
Admitiu que antes do crime tinha bebido "duas tigelinhas" de vinho e que na altura dos factos se encontrava "muito exaltado". Sublinhando que não teve intenção de matar, disse sentir-se "culpado", confessou-se "arrependido" e pediu "perdão" à família da vítima.
Segundo a acusação, deduzida pelo Ministério Público, o agressor, de 44 anos, e a vítima, 13 anos mais velha, estavam desavindos por causa de partilhas.
No dia dos factos, 8 de julho, encontraram-se para limpar um rego de água, em Adaúfe, Braga, que serve várias leiras, tendo havido mais uma discussão, dessa vez por causa de uma mangueira e de um motor de rega.
Um inspetor da Polícia Judiciária, hoje ouvido em julgamento, disse que as agressões foram perpetradas "com extrema violência", tendo a vítima sido atingida com "pelo menos" seis sacholadas, sobretudo na cabeça.
O agressor está acusado de homicídio qualificado, um crime punível com pena de prisão entre 12 e 25 anos.