'Eu tenho informação, através de clientes, que as 'loan notes' podem não existir', disse Luís Miguel Henrique, referindo-se ao instrumento financeiro que o BPP terá vendido aos clientes, notas de obrigações - semelhantes a promissórias - que permitem o pagamento de juros num determinado período de tempo e que terminam na mesma data em que está contratado o reembolso da respectiva obrigação. O advogado afirmou ainda que as suspeitas dos clientes têm vindo a aumentar porque o BPP 'nem sequer' deixou ver as notas aos clientes.
Fonte oficial da CMVM reforçou que no BPP 'há situações semelhantes ao caso Madoff', sem querer adiantar para já mais informações, mas recordando que foi com base na comunicação do supervisor ao Ministério Público que a Polícia Judiciária e um procurador realizaram buscas em Janeiro ao BPP.
Joao Rendeiro, antigo presidente do Banco Privado Português (BPP), avançou com um processo judicial contra o presidente da CMVM no seguimento das declarações de Carlos Tavares, pois considera 'inaceitável' a comparação entre o BPP e o caso Madoff, financeiro norte-americano preso há mais de um mês após se declarar culpado das acusações de branqueamento de capitais, fraude e falsificação de documentos, num esquema piramidal superior a 50 mil milhões de euros.