O especialista em alterações climáticas Filipe Duarte Santos considerou este sábado "muito importante" o acordo alcançado na cimeira de Paris, mas alertou que este compromisso "não é o fim, mas o início do processo" para evitar o aquecimento global.
Contactado pela Lusa, o professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, também especialista em alterações globais e desenvolvimento sustentado, salientou que apesar de ser "muito significativo", o acordo "ainda não chega".
Filipe Duarte Santos apontou que o acordo não irá evitar que se ultrapasse os dois graus centígrados de aumento da temperatura média global da atmosfera à superfície, mas conduzem, sim, a um aumento, em 2100, de três graus".
O secretário de Estado do Ambiente também afirmou que Portugal está satisfeito com o acordo para o clima, obtido em Paris, e realçou que o documento chama todos os países a contribuir de uma forma legalmente vinculativa.
"O acordo de Paris é considerado um caso de sucesso e a União Europeia felicitou muito os resultados obtidos", afirmou à agência Lusa Carlos Martins, que está na capital francesa a acompanhar a conferência das Nações Unidas para o clima (COP21) que este sábado terminou com a obtenção de consenso acerca da redução de gases com efeito de estufa e do financiamento à adaptação às mudanças.
Para Carlos Martins, há agora um "trabalho exigente pela frente, as metas são ambiciosas", mas todos estão conscientes de que é mesmo necessário atingir os objetivos "porque é disso que depende o futuro da humanidade".