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Doentes com esclerose múltipla obrigados a mudar de trabalho

Doença "é um assunto de família, com um impacto significativo nos cuidadores informais".

04 de dezembro de 2014 às 07:01

Um em cada quatro doentes com esclerose múltipla foram obrigadas a mudar o tipo de trabalho que realizavam devido à doença, revela um estudo da Faculdade de Farmácia da Universidade Lisboa esta quinta-feira divulgado.

Realizado em parceria com a Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM), o estudo analisou o impacto da esclerose múltipla (EM) nos doentes e seus cuidadores, tendo inquirido 400 doentes, 66% dos quais mulheres, com uma média de idades de 44,4 anos, e 70 cuidadores, com uma média de idades de 47,7 anos.

O estudo 'EMpower': Dar força aos doentes com Esclerose Múltipla', refere que a doença "é um assunto de família, com um impacto significativo nos cuidadores informais".

Adianta que 16,2% dos cuidadores inquiridos prestam cuidados durante 24 horas e 23,6% durante uma a duas horas por dia.

Quase 29% disseram ter alterado o tipo de trabalho realizado, o que, para 84,2% dos casos, resultou numa diminuição dos seus rendimentos, e 11% afirmaram que tiveram de reduzir as horas de trabalho.

Tarefas feitas com dificuldade

Para 61,7% dos doentes, tarefas habituais como o trabalho, o estudo ou o lazer são feitas com muita dificuldade, e 30,7% afirmam ainda ter problemas em vestir-se ou tratar da sua higiene pessoal, refere o estudo, divulgado no Dia Nacional da Pessoa com Esclerose Múltipla.

Em declarações à agência Lusa, a vice-presidente da SPEM, Manuela Neves, destacou uma conclusão do estudo, segundo a qual nenhum cuidador classifica a respetiva qualidade de vida como muito boa, sublinhando que mais de 22% a classificam como má ou muito má.

Estes resultados "espelham toda a realidade da esclerose múltipla em Portugal", dos doentes e dos cuidadores, afirmou.

Isto acontece porque "a esclerose múltipla é uma doença cujos pacientes estão dependentes em larga escala de familiares ou de pessoas próximas que cuidem deles e há um afastamento muito grande daquilo que é a obrigação do Estado de apoiar estes doentes, daquilo que é o apoio verificado na realidade", explicou Manuela Neves.

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