page view

Enfermeiros avaliam entrega de providência cautelar para travar requisição civil

Sindicatos ponderam recorrer ao Supremo Tribunal Administrativo para suspender medida do Governo.

08 de fevereiro de 2019 às 17:01

Os sindicatos dos enfermeiros ponderam entregar uma providência cautelar para suspender a requisição civil decretada pelo Governo no âmbito da chamada greve cirúrgica dos enfermeiros. 

O Sindicato Democráticos dos Enfermeiros (Sindepor) tinha anunciado hoje de manhã que iria interpor uma providência cautelar no Supremo Tribunal Administrativo para suspender a requisição civil, mas, pelas 17h00, ainda nada tinha cehgado ao tribunal-

A providência cautelar, uma figura jurídica que visa suspender uma decisão - neste caso as consequências da requisição civil de enfermeiros - terá agora de ser apreciada pelo tribunal para decidir se é aceite.

De acordo com a explicação avançada pelo advogado Garcia Pereira à Lusa, a providência é entregue por se considerar a resolução do Governo de decretar a requisição civil "ilegal e inconstitucional".

De acordo com Garcia Pereira, a sustentação apresentada pelo Governo para aprovar a requisição civil é "genérica e abstrata", referindo apenas que houve incumprimento dos serviços mínimos, mas "sem precisar" os factos.

Um dos advogados da equipa do sindicato que preparou a providência cautelar explicou hoje de manhã à Lusa que "não houve qualquer incumprimento dos serviços mínimos", o que anula os fundamentos da resolução do Governo e defendeu

O Conselho de Ministros decidiu na quinta-feira decretar requisição civil na greve dos enfermeiros em blocos operatórios em curso há uma semana, alegando incumprimento da prestação de serviços mínimos.

A requisição civil foi feita aos enfermeiros de quatro dos hospitais em causa - Centro Hospitalar e Universitário de S. João, Centro Hospitalar e Universitário do Porto, Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga e Centro Hospitalar de Tondela-Viseu - "que se mostrem necessários para assegurar o cumprimento dos serviços mínimos" definidos pelo tribunal arbitral, segundo a portaria publicada pelo Governo.

Face à decisão, os dois sindicatos que convocaram a greve reagiram, tendo a Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) avisado o Governo para o risco de surgirem formas de luta "mais incontroláveis" que não sejam suportadas por sindicatos e considerando que os enfermeiros não ficarão serenos face à decisão de requisição civil.

Esta segunda "greve cirúrgica" começou há uma semana e estava prevista até ao final do mês de fevereiro, abrangendo sete hospitais numa primeira fase, e 10 a partir de hoje.

A primeira "greve cirúrgica" decorreu em blocos operatórios de cinco grandes hospitais entre 22 de novembro e 31 de dezembro, tendo levado ao cancelamento ou adiamento de mais de 7.500 cirurgias.

As duas greves foram convocadas por duas estruturas sindicais, embora inicialmente o protesto tenha partido de um movimento de enfermeiros que lançou publicamente recolhas de fundos para compensar os colegas grevistas que ficam sem ordenado por aderir à paralisação. Ao todo, para as duas greves, recolheram mais de 740 mil euros.

Segundo os presidentes da ASPE e do Sindepor, os principais pontos que separam Governo e sindicatos são o descongelamento das progressões na carreira e o aumento do salário base dos enfermeiros.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8