A edição de hoje
A Polícia Judiciária (PJ) de Setúbal convocou para serem ouvidos esta quinta-feira o ex-ministro da Economia Mário Cristina de Sousa e o advogado José Francisco Gandarez, no âmbito do processo de alegada corrupção em torno do licenciamento do outlet Freeport.
O processo relativo à construção do centro comercial Freeport em Alcochete está relacionado com alegadas suspeitas de corrupção no licenciamento daquele espaço, em 2002, quando era ministro do Ambiente o actual Primeiro-ministro, José Sócrates.
Antigo ministro da Economia, Mário Cristina de Sousa exerceu funções entre Setembro de 2000 e Julho de 2001 no governo liderado por António Guterres. Depois de ser ouvido esta manhã, o antigo governante saiu das instalações da PJ cerca das 11h45 sem prestar declarações aos jornalistas. Por sua vez, o advogado José Francisco Gandarez foi ouvido na tarde desta quinta-feira e à saída disse apenas:'saio como entrei'. O advogado não explicou se foi ouvido como testemunha ou como arguido.
Terá sido uma sociedade de advogados do escritório Gandarez e Antunes a enviar um documento a pedir quatro milhões de libras (à data 1,2 milhões de contos) para conseguir a legalização do empreendimento. O pedido terá sido feito em Dezembro de 2001, primeiro através de um contacto telefónico e depois formalizado num fax enviado à Smith & Pedro. (ver peça 'Advogados pediram 4 milhões de libras' em baixo)
Até ao momento, o processo Freeport conta com dois arguidos, Charles Smith e o seu antigo sócio na empresa de consultoria Manuel Pedro, que serviram de intermediários no negócio que levou à construção do outlet.
CÂNDIDA ALMEIDA QUER CASO DECIDO ATÉ FINAL DO ANO
A directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), Cândida Almeida, disse hoje que espera ver o caso 'Freeport' resolvido até final do ano e deixou uma palavra de tranquilidade para os magistrados: 'Os magistrados não se sentem pressionados. Estão serenos a fazer o seu trabalho'.
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