Bruno Assembleia tinha garantido no início do julgamento, no Tribunal de S. João Novo, no Porto, que apenas disparou o revólver para o ar e para o chão - e nunca com intenção de matar a sua ex-mulher e o novo namorado desta, a 30 de janeiro deste ano, num hostel.
Já Ana Mónica, ex-companheira do arguido, assegurou que este lhe apontou a arma à cabeça antes de disparar. Por haver versões contrárias, a defesa de Bruno pediu que fossem ouvidos peritos em balística.
"Esta arma tem capacidade letal. É perfurante quando disparada a curta distância. Se fosse encostada à testa tinha perfurado e matado, não tenho dúvidas disso", disse ontem em tribunal o perito Mário Basto.
Também um instrutor de tiro da PSP revelou em audiência as características da arma. "É antiga e de calibre 5.75 mm. Tem mais de 80 anos. Os projéteis são obsoletos e já nem se comercializam", referiu.
Ontem, os juízes, que estão a julgar Bruno Assembleia por dois crimes de tentativa de homicídio e violência doméstica, ouviram ainda os amigos do arguido. O padre Abel Costa realçou a relação de Bruno com o filho de Ana Mónica.
"Vi-o muitas vezes na escola. Ele fazia um acompanhamento muito próximo da criança", revelou. Já Jaime Alves, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Resende - de onde Bruno é natural - falou do seu caráter. "Não lhe tenho nada a apontar enquanto pessoa. Sempre foi um homem respeitador", explicou.