A ‘República do Medo’

Imagens proibidas da Coreia do Norte, o país mais fechado do mundo.

14 de outubro de 2020 às 18:24
Partilhar
#video7 {margin-top: 60px;} @media (max-width: 767px) { .gal2Photo { max-height:270px; overflow:hidden; } .gal2Photo .slick-slide { max-height:270px; } } @media (min-width: 992px) { .gal2Photo { max-height:640px; overflow:hidden; } .gal2Photo .slick-slide { max-height:640px; } .gal3Photo { max-height:320px; overflow:hidden; } .gal3Photo .slick-slide { max-height:320px; } #video7 {margin-top: 200px;} } #slideshowTextoFundoPreto_15 span { color:#ffffff!important; }

Desembarcar em Pyongyang é a experiência mais próxima da entrada numa máquina do tempo que nos faz recuar várias décadas. Aqui tudo é antigo: as roupas, os escritórios, os livros de registo, os cortes de cabelo. E a ideologia.
Há pouca luz no barracão do aeroporto, mas a suficiente para iluminar os dois quadros com as fotos retocadas dos líderes Kim Il-sung e Kim Jong-il. Durante os dias de visita, esta será uma imagem permanente em murais revolucionários, nas fachadas dos edifícios, nos gabinetes da universidade, nas carruagens do metro ou nas lapelas de homens e mulheres.
Uma coisa impossível de ignorar é o culto dos líderes que perpetuam o regime autocrático, obstinado e sanguinário. A outra é a do rosto triste, quase inexpressivo, dos norte-coreanos.

Pub
1 / 12
FOTO: DIREITOS RESERVADOS
2020-09-14_17_07_55 Coreia-1_xxl.jpg
FOTO: DIREITOS RESERVADOS
2020-09-14_17_07_56 Coreia-2_xxl.jpg
FOTO: DIREITOS RESERVADOS
2020-09-14_17_07_58 Coreia-3_xxl.jpg
FOTO: DIREITOS RESERVADOS
2020-09-14_17_07_59 Coreia-4_xxl.jpg
FOTO: DIREITOS RESERVADOS
2020-09-14_17_08_00 Coreia-5_xxl.jpg
FOTO: DIREITOS RESERVADOS
2020-09-14_17_08_02 Coreia-6_xxl.jpg
FOTO: DIREITOS RESERVADOS
2020-09-14_17_08_03 Coreia-7_xxl.jpg
FOTO: DIREITOS RESERVADOS
2020-09-14_17_08_05 Coreia-8_xxl.jpg
FOTO: DIREITOS RESERVADOS
2020-09-14_17_08_06 Coreia-9_xxl.jpg
FOTO: DIREITOS RESERVADOS
2020-09-14_17_08_07 Coreia-10_xxl.jpg
FOTO: DIREITOS RESERVADOS
2020-09-14_17_08_08 Coreia-11_xxl.jpg
FOTO: DIREITOS RESERVADOS
2020-09-14_17_08_10 Coreia-12_xxl.jpg
Os telemóveis já não são apreendidos à chegada a Pyongyang, mas também não servem para nada. A única rede, a Koryolink, está vedada aos estrangeiros e são poucos os norte-coreanos com acesso a telefones móveis. Um metro que também é bunker

Os norte-coreanos dizem que as estações da envelhecida rede de metro "são as mais profundas do Mundo". O que não explicam é que este recorde tem um objetivo: em caso de conflito estes são os bunkers de Pyongyang.


150
METROS É A PROFUNDIDADE MÁXIMA DE
ALGUNS TÚNEIS O QUE PERMITIRÁ O SEU USO
PARA FINS MILITARES.


22,5
QUILÓMETROS É A EXTENSÃO APROXIMADA
DA REDE DE APENAS DUAS LINHAS DE METRO.


17
ESTAÇÕES COMPÕEM OFICIALMENTE A REDE
QUE TEM AINDA TÚNEIS SECRETOS A LIGAR
ORGANISMO DO ESTADO.
1 / 9
FOTO: DIREITOS RESERVADOS
2020-09-14_17_15_26 Metro1_xxl.jpg
FOTO: DIREITOS RESERVADOS
2020-09-14_17_15_28 Metro2_xxl.jpg
FOTO: DIREITOS RESERVADOS
2020-09-14_17_15_30 Metro3_xxl.jpg
FOTO: DIREITOS RESERVADOS
2020-09-14_17_15_32 Metro4_xxl.jpg
FOTO: DIREITOS RESERVADOS
2020-09-14_17_15_33 Metro5_xxl.jpg
FOTO: DIREITOS RESERVADOS
2020-09-14_17_15_35 Metro6_xxl.jpg
FOTO: DIREITOS RESERVADOS
2020-09-14_17_15_37 Metro7_xxl.jpg
FOTO: DIREITOS RESERVADOS
2020-09-14_17_15_39 Metro8_xxl.jpg
FOTO: DIREITOS RESERVADOS
2020-09-14_17_15_41 Metro9_xxl.jpg
Na desértica praça Kim Il-sung, onde o regime organiza gigantescas paradas bélicas, três meninas aparecem – e desaparecem – do nada com patins em linha e sorrisos de anúncios televisivos que os coreanos nunca viram.
Nas raras lojas que podemos observar em Pyongyang há prateleiras cheias de raiz de ginseng e licores de proveniência duvidosa em corredores vazios de gente. As funcionárias fazem anotações frenéticas em livros de registos de transações de clientes que nunca conseguimos ver.

As famílias reúnem-se nos parques para piqueniques alegres com refrigerantes chineses e sushi. Há músicas, brincadeiras para as crianças e sorrisos para os forasteiros. Tudo demasiado alegre para parecer real. A encenação

O único palco onde a encenação é assumida monta-se sazonalmente no estádio 1º de maio onde decorre o esmagador Festival Arirang. São mais de 100 mil participantes, cerca de metade crianças, que exortam os feitos da Coreia do Norte perante meia dúzia de estrangeiros e uma bancada cheia de membros da ‘nomenklatura’ coreana.

1 / 8
FOTO: DIREITOS RESERVADOS
2020-09-14_17_21_08 Arirang1_xxl.jpg
FOTO: DIREITOS RESERVADOS
2020-09-14_17_21_09 Arirang2_xxl.jpg
FOTO: DIREITOS RESERVADOS
2020-09-14_17_21_11 Arirang3_xxl.jpg
FOTO: DIREITOS RESERVADOS
2020-09-14_17_21_13 Arirang4_xxl.jpg
FOTO: DIREITOS RESERVADOS
2020-09-14_17_21_15 Arirang5_xxl.jpg
FOTO: DIREITOS RESERVADOS
2020-09-14_17_21_17 Arirang6_xxl.jpg
FOTO: DIREITOS RESERVADOS
2020-09-14_17_21_19 Arirang7_xxl.jpg
FOTO: DIREITOS RESERVADOS
2020-09-14_17_21_20 Arirang8_xxl.jpg
Pub
À noite Pyongyang é ainda mais deprimente

Jantar num dos dois ou três restaurantes destinados aos turistas para provar o tradicional Pansanggi de 11 pratos obriga a cruzar uma cidade mal iluminada. Há casas às escuras e nas ruas homens e mulheres aproveitam os candeeiros públicos para ler de pé. E há medo. Isso até numa curta visita se percebe. Por muito que a propaganda do regime continue a vender a Coreia do Norte como "o país mais feliz do Mundo".

Pub
Webdesign Edgar Lorga
Edição de vídeo Ismael Jesus
Produção multimédia Sandro Martins
Textos adaptados da publicação original na revista Domingo de 30 de agosto de 2015

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar