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À espera do inimigo: “Talvez os russos venham, talvez não”

Escondidos no meio das árvores nos arredores de Vuhledar, a cinco quilómetros das posições russas, os tanques da 1.ª Brigada aguardam o avanço do inimigo.
Texto e fotografia Alfredo Leite

Escondidos no meio das árvores nos arredores de Vuhledar, a cinco quilómetros das posições russas, os tanques da 1.ª Brigada aguardam o avanço do inimigo.
Texto e fotografia Alfredo Leite

Chegar à linha de disparo da 1.ª Brigada ‘Sveria’ de Tanques do Exército ucraniano não é tarefa fácil.

A neve transformou o caminho que leva à língua de bosque onde se escondem tanques e homens num lamaçal gelado que exige perícia na condução.
Reportagem com a 1ª Brigada na Ucrânia
Reportagem com a 1ª Brigada na Ucrânia Alfredo Leite
Reportagem com a 1ª Brigada na Ucrânia
Reportagem com a 1ª Brigada na Ucrânia Alfredo Leite
Reportagem com a 1ª Brigada na Ucrânia
Reportagem com a 1ª Brigada na Ucrânia Alfredo Leite
Reportagem com a 1ª Brigada na Ucrânia
Reportagem com a 1ª Brigada na Ucrânia Alfredo Leite
Reportagem com a 1ª Brigada na Ucrânia
Reportagem com a 1ª Brigada na Ucrânia Alfredo Leite
Reportagem com a 1ª Brigada na Ucrânia
Reportagem com a 1ª Brigada na Ucrânia Alfredo Leite
A manhã vai a meio, mas no abrigo subterrâneo que esconde os efetivos do ‘Sveria’ já se come uma sopa fumegante com pão e queijos numa improvisada tábua. No outro lado do cubículo, dois soldados deitados em camas de campanha espreitam os telemóveis.

A salamandra acesa quase faz esquecer o chão de terra batida. Nas paredes, alguma madeira dá o conforto possível aos homens que estiveram de prevenção durante a noite.
Reportagem com a 1ª Brigada na Ucrânia
Reportagem com a 1ª Brigada na Ucrânia Alfredo Leite
Reportagem com a 1ª Brigada na Ucrânia
Reportagem com a 1ª Brigada na Ucrânia Alfredo Leite
Reportagem com a 1ª Brigada na Ucrânia
Reportagem com a 1ª Brigada na Ucrânia Alfredo Leite
Reportagem com a 1ª Brigada na Ucrânia
Reportagem com a 1ª Brigada na Ucrânia Alfredo Leite
A frente russa estará a uns cinco ou seis quilómetros, ninguém consegue avaliar com rigor e talvez por isso a prontidão seja total porque é impossível saber quando pode surgir o próximo ataque: "Talvez [os russos] venham até nós, talvez não. Como li hoje, parece que estão a ficar sem munições, mas mesmo assim pode ser que tentem fazer alguns disparos nesta zona", diz ‘Ivan’, nome de código do oficial que comanda a 1.ª Brigada de Tanques.

O militar admite que "talvez tentem a mesma coisa que tentaram em Bakhmut, que foi usar pessoas sem retaguarda de artilharia ou viaturas".

Talvez [os russos] venham até nós, talvez não

‘Ivan’, oficial que comanda a 1.ª Brigada de Tanques
Nesta espécie de mortífero jogo do gato e do rato Serhii Cheridnichenko, comandante de artilharia de um dos carros de combate, revela que "quando não há combates cortamos lenha para passar o tempo". Mas o pior é quando há troca de fogo: "Quando há uma explosão nas proximidades, é assustador."

 O ar duro dos homens dos tanques não esconde as suas fraquezas. Haverá medo em quem domina tão mortífera arma? "Claro que temos medo", responde Cheridnichenko sem hesitar.

A conversa foi interrompida para escutar uma comunicação via rádio. Desta vez a ordem para atacar esperou um pouco mais.