Vilar de Mouros reúne gerações de famílias
Avós e netos convivem no festival de verão mais antigo do País.
O Vilar de Mouros assume-se, cada vez mais, como um festival eclético, não só em termos musicais mas em relação ao público-alvo. Por estes dias, são milhares os que se refugiam nas margens do rio Coura, Caminha, para o último dos grandes festivais de Verão – e o mais antigo de todos -, mas não chegam sozinhos. Trazem filhos, pais, avós, tios e netos. É um encontro de gerações.
"Já é o segundo ano que trago o meu filho e o meu pai. Não há festa com esta, aqui está a verdadeira música: isto não é eletrónico, não é mp3", conta Pedro Pereira, que não consegue deixar de acrescentar que "só pode ser amor" aquilo que o move a voltar todos os anos.
Por este recinto à beira-rio plantado ouvem-se músicas que marcaram a vida de uns tantos e que vão agora piscando o olho aos mais novos. "Venho porque aqui sei que passa a banda sonora da minha vida, e agora é a vez de a passar ao meu neto", conta o avô Júlio Pereira, de 61 anos, dando como exemplo os Boomtown Rats, que atuam este sábado, banda pela qual diz ser "louco". Percorreram 400 quilómetros desde a Venda do Pinheiro, Mafra, para "um fim de semana diferente".
Para lá da mítica ponte de pedra que divide o recinto do acampamento, enquanto não começam as atuações, contam--se algumas das histórias felizes de 51 anos de festival. "Venho desde 2000 e nessa altura o pessoal estacionava e acampava ao pé das vinhas. Acordávamos e tínhamos vacas ao nosso lado. O ambiente aqui é muito diferente", lembra Pedro Pereira. O "ambiente" de que todos falam permite a criação de amizades. "Já encontrei cá pessoas da minha zona que de conhecidos passaram a amigos", conclui.
Ontem, foi a vez de Golden Slumbers, Peter Bjorn and John, Salvador Sobral, George Ezra, Capitão Fausto e The Dandy Warhols fazerem as delícias dos milhares que passaram pelo Vilar de Mouros.
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