A depressão pós-parto com um final feliz

Paulo Filipe Monteiro assina ‘Noites Claras’, uma longa-metragem sobre um tema inquietante. Obra portuguesa conta a história de uma família com várias gerações e várias formas de amar.

19 de janeiro de 2025 às 01:30
‘Noites Claras’
Realizador Paulo Filipe Monteiro

1/2

Partilhar

Há muito tempo que Paulo Filipe Monteiro se interessava pelo tema da depressão pós-parto, que, no seu entender, constitui “um paradoxo evidente”. “Como é que uma vida desejada nasce e leva a que uma mãe comece a afundar-se?”, questiona o realizador que, no dia 30, estreia a sua nova longa-metragem.

‘Noites Claras’, que o próprio escreveu a partir de várias fontes – incluindo o blog ‘Mulher, Filha e Mãe’, de Ana Vale – coloca no centro da ação um casal – ela fotógrafa (Beatriz Godinho), ele bailarino (Duarte Melo) – que, inicialmente muito feliz com o nascimento da filha, rapidamente sucumbe à pressão das noites sem dormir, do choro persistente da criança, ao receio de não estar ‘à altura’ enquanto progenitor.

Pub

Além do casal, o espectador é convidado a acompanhar a família mais extensa: mãe e pai (António Durães e Custódia Gallego), avó (Lídia Franco) e um irmão (Romeu Runa) atormentado com a sua identidade sexual. Paulo Filipe Monteiro diz que “foi fácil escolher o elenco mais velho”. “A Lídia está numa fase extraordinária enquanto atriz; a Custódia era a pessoa certa para trazer a ambivalência certa para a mãe (que ama, mas da forma errada); o António foi de uma enorme generosidade, porque praticamente não fala, mas tinha de ter uma grande presença no ecrã, que tem”, sublinha. Já os atores mais jovens foram mais difíceis de encontrar: era preciso que dançassem.

O resultado é uma obra de que o realizador se orgulha: “É um filme que caminha para a luz e acredito que tem potencial de comunicação. Espero que o público vá ver.”

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar