Adeus Fernanda Borsatti
Atriz tinha 86 anos e morreu vítima de doença prolongada.
Trabalhar com a Fernanda Borsatti foi um dos presentes que a vida me deu", diz o escritor e encenador Tiago Torres da Silva, que dirigiu a atriz em 2002, no palco do Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, na peça ‘Não Digas Nada’.
O espetáculo contava a história de uma avó recatada que, no passado, tinha sido atriz pornográfica. "Muitas atrizes recusaram o papel, mas a Borsatti disse logo que fazia. Era uma mulher destemida, de enorme inteligência e cultura, cheia de vontade de arriscar", diz ainda Tiago Torres da Silva, consternado com o anúncio, ontem, da morte da atriz, aos 86 anos, vítima de doença prolongada.
Nascida em Évora a 1 de setembro de 1931, Borsatti estreou-se no Teatro do Salitre, ainda com 16 anos, e ao longo de uma carreira cheia fez de tudo. Teatro, televisão, cinema, interpretou papéis cómicos e dramáticos, fez revista à portuguesa e colaborou com mais de dez companhias, entre as quais a do empresário Vasco Morgado.
Entre 1950 e 1958 foi casada com o ator Armando Cortez, de quem teve um filho, e em 2007 recebeu a Medalha de Mérito Municipal da Câmara de Lisboa. A última vez que subiu a um palco foi pela mão de Filipe La Féria, na peça ‘A Minha Tia e Eu’. "Era uma atriz completa", recorda o encenador. "Uma mulher sagaz, com um sentido de humor próprio. O público não a esquecerá", conclui. O corpo da atriz estará hoje em câmara ardente na Igreja de São João de Deus, Lisboa, a partir das 17h00. O funeral realiza-se no sábado, a partir das 10h00.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt