Arte de rua invade cidade de Londres

A arte já não é o que era e quando até a conceituadíssima Tate Modern, no coração de Londres, anuncia que vai apresentar, no próximo dia 23, uma exposição dedicada à arte de rua, está mesmo a ver-se o que se segue. Os artistas ‘marginais’ decidiram retaliar e, sob a direcção de Bansky – o mais famoso graffiter do Reino Unido –, anteciparam a mostra com uma intervenção urbana que está a dar de que falar.

05 de maio de 2008 às 00:30
Arte de rua invade cidade de Londres Foto: Andy Rain/Epa
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Sob o título ‘The Cans Festival’ (‘Festival de Lata’, em tradução livre), 41 artistas credenciados e ainda os espontâneos – sempre bem-vindos em iniciativas do género – encheram de arte o túnel ferroviário de Leake Street, no lado Sul do Tamisa, perto de Waterlood, este fim-de-semana, e atraíram a visita de centenas de pessoas ao local, turistas incluídos.

Claro que chamar-lhe arte não é consensual. Para muito boa gente, as intervenções dos artistas de rua não passam de puro vandalismo, mas outros insistem em valorizá-las e há mesmo quem as compre a peso de ouro. E a verdade é que o fenómeno, que começou no início dos anos 90, não pára de ganhar visibilidade. No ano passado, conheceu um momento áureo, quando uma das obras de Bansky – ‘Bombing Middle England’ (qualquer coisa como ‘Bombardeamento da Classe Média Inglesa’), tela pintada a spray e acrílico – foi vendida na galeria Sotheby’s por 130 mil euros.

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Omesmo Bansky que, dois anos antes, tinha assinado uma intervenção polémica no centro de Notting Hill: o ‘artista’ instalou uma tenda cheia de ratos mesmo no meio do bairro fino de Londres e os protestos não se fizeram esperar. Mas, quando a própria Tate Modern a anuncia como uma exposição de arte de rua, não há dúvida de que algo está a mudar.

Nesta mostra do túnel, e para além do próprio Bansky, ‘famoso’ quase anónimo que preserva a todo o custo a sua identidade, estão ainda representados artistas como Hugo Kaagman, Bandit Blek, Lucamaleonte, Run Don’t Walk ou Dolk, graffiter que deu nas vistas com um Papa travestido de Marilyn Monroe que tem corrido Mundo.

Uma intervenção urbana devidamente autorizada pelas autoridades competentes. 

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