Boas maneiras, para quê?
A ideia esta semana é alertar o leitor para pequenas mudanças nas nossas boas maneiras que contribuirão de forma extraordinária para a impressão que causamos nos outros. Aqui ficam alguns conselhos simples de seguir. Esperamos que se divirta.
Quem pratica SwáSthya Yôga deve ser uma pessoa refinada. Se já não o era antes de entrar para a nossa egrégora, deve polir-se até que esteja de acordo com o que se espera de cada um de nós.
Por adoptarmos um estilo de vida algo diferente, já que não fumamos, não bebemos álcool, não comemos carnes de animais mortos, e manifestamos uma sexualidade mais exuberante, devemos estar muito atentos à nossa imagem e comportamento. Evidentemente, procuramos manter o mimetismo a fim de não chamar a atenção. Mas, às vezes, não funciona. Então, que sejamos notados e lembrados pela nossa elegância.
As normas que se seguem são basicamente aplicáveis aos praticantes de Yôga e, por isso mesmo, algumas delas inspiradas nas boas maneiras hindus. Afinal, mais cedo ou mais tarde o praticante acaba por ir à Índia ou a casa de um indiano e é preciso ter o mínimo de etiqueta. Contudo, não pare de ler com a desculpa de que não pretende ir à Índia, visitar indianos ou praticar Yôga. estas informações serão úteis a todos, pois visam desenvolver um sentido estético do comportamento com amplitude universal.
A maior parte das normas de conduta surgiram de razões práticas. Se conseguir descobrir o veio da consideração humana, terá descoberto também a origem de todas as fórmulas da etiqueta. Tudo isso resume-se a uma questão de educação. Boas maneiras são as maneiras de agir em companhia de outras pessoas de forma a não invadir o seu espaço, a não constrangê-las e a fazer com que se sintam bem e à vontade na sua companhia. Por isso, boas maneiras são uma questão e bom senso.
Subtileza é sinónimo de boas maneiras. Onde há subtileza, em geral, há boa educação. Subtileza tem a ver com polimento, refinamento,
Subtileza na maneira de pegar na chávena, no copo, no garfo. Subtileza na maneira de sentar-se sem se atirar para cima dele. Subtileza na forma de fechar o porta-bagagens do automóvel de um amigo. Subtileza na hora de repor as coisas na casa dos outros, exactamente no lugar de onde as tirámos, por muito íntimos que sejam. Subtileza na hora de seleccionar as amizades e as pessoas com quem vamo-nos envolver afectivamente. Subtileza na forma de reclamar, na forma de fazer amor, na forma de dizer uma verdade.
Subtileza é ser delicado, atencioso, cuidadoso, suave, gentil. Ser subtil é esforçar-se para não fazer nada que possa desagradar os outros. É ser gato e não cão ao movimentar-se, ao pisar, ao tocar. É absorver e assimilar uma indirecta educada ao invés de comportar-se como um muro de pedra e rejeitar a crítica, devolvendo-a automaticamente para defender-se. É reconhecer um erro que lhe tenha sido apontado por outro, até mesmo quando discordamos e achamos que estamos nós com a razão.
Ser subtil é sinónimo de ser bem educado, mesmo quando a origem é humilde, ainda que nunca se tenha lido um livro de boas maneiras.
A propósito de algumas regras de boas maneiras:
O sorriso: o Mundo é como um espelho; sorria para ele e só verá sorrisos.
Gargalhadas: sorria sim, o tempo todo. Mas quanto a gargalhadas, a questão é mais uma vez a subtileza. Estar feliz não é sinónimo de espalhafato.
Ruídos: geralmente, quanto menos polida a pessoa é, mais ruído faz; quanto mais sensível e refinada, menos ruído a pessoa produzira ao movimentar-se pelo Universo.
Dar e Receber: ao dar ou receber alguma coisa, use somente a mão direita. Se usar as duas, a direita deve estar por cima e a esquerda, em concha, por baixo.
Dialogar: evite falar muito próximo do seu interlocutor. Respeite o espaço vital mínimo de um braço de distância.
Não seja um insatisfeito: o ser humano tem um defeito incurável que é a sua insatisfação. Vamos parar com isso. vamos aceitar as pessoas e as coisas como elas são. E vamos tratar de gostar delas. Vai notar que passam a gostar muito mais de si e que situações que lhe pareciam inamovíveis, modificam-se espontaneamente.
Não bloqueie: não devemos bloquear, restringir, solicitar, interromper, invadir, cercear, sufocar outra pessoa. Claro que tem a certeza que não faz isto. Mas faz. Em maior ou menor grau, mas faz.
Demonstrações públicas de afecto: se for apenas afecto, é lindo. Mas quando passa disso, as pessoas à sua volta começam a sentir-se desconfortáveis.
Assoar o nariz, palitar e o arroto: assoar, só na casa de banho; palitar os dentes nem pensar; em muitos países orientais o arroto é até sinónimo de boas maneiras. Mas não estamos lá, pois não?
Espirrar, bocejar, espreguiçar: em público, se conseguir evitar espirrar, evite; boceje de boca fechada; espreguiçar é para cultivar, mas em público seja discreto.
Falar e escrever correctamente.
Fofocas: não acredite; não ouça; não incentive.
Quem paga, homem ou mulher? cavalheirismos à parte, paga quem convidou.
Com base no livro “Boas Maneiras no Yôga”, Mestre DeRose
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