Chris Rea, o músico que fez uma das mais populares canções de natal num dos piores momentos da vida
Conhecido pelo tema 'Driving Home For Christmas' morreu aos 74 anos, após doença.
Dizia que nunca teve aspirações a ser famoso, que a música foi uma salvação, reconhecia que tinha ganho muito dinheiro mas salvaguardava que o sucesso não se media em cifrões. A prioridade era a família e a seguir os automóveis de corrida. Nos tempos áureos dizia que já seria um homem feliz se conseguisse chegar aos 60 anos ("porque não é suposto eu lá chegar", justificava). Chris Rea, autor, entre outros êxitos, de uma das mais conhecidas canções de natal, 'Driving Home For Christmas' (1986), morreu esta segunda-feira, aos 74 anos. "Morreu tranquilamente....após uma breve doença, rodeado pela sua família”, lê-se num comunicado da mulher e dos dois filhos, citado pela BBC. Nas últimas décadas anos tinha passado por vários problemas de saúde, tendo inclusive vencido um cancro no pâncreas. Em 2016 tinha sofrido um AVC e, em 2017, foi noticia por ter desmaiado em palco num concerto em Oxford. Sofria ainda de diabetes tipo 1.
Filho de pai italiano e mãe irlandesa, Rea nasceu em Middlesbrough (cidade portuária em North Yorkshire, Inglaterra), juntou-se à sua primeira banda, os Magdalene, aos 22 anos. Em 1974 estreou-se a solo com o single ‘So Much Love’ e quatro anos depois obteve o seu primeiro sucesso com ‘Fool (If You Think It’s Over)', canção que lhe valeu uma nomeação para um Grammy. Ao longo da carreira cruzou o blues, a pop, o soul e soft rock, gravou 25 álbuns e vendeu mais de 30 milhões de discos.
Entre os temas que imortalizou contam-se 'The Road to Hell', 'On the Beach', 'Josephine' e, claro, 'Driving Home for Christmas', escrito numa viagem de carro num momento difícil da vida, quando estava sem empresário, sem contrato com editora e proibido de conduzir (a mulher teve de ir buscá-lo a Londres num velhinho Austin mini, depois do músico ter tido a carta apreendida). "Estava preso no trânsito, baixei o vidro e comecei a cantar ‘Driving Home for Christmas’ para as pessoas que estavam nos carros ao lado. Elas adoraram”, contou ao The Guardian em 2026.
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