Comuna vira bordel na busca da proximidade
Peça aborda relatos que mostram como estamos sós num mundo cheio de ruído.
A Sala Nova da Comuna – Teatro de Pesquisa parece transformada num bordel. A alcatifa é vermelha, há almofadas vermelhas no chão e uma estrutura em contraplacado cria um espaço fechado, intimista. Os espectadores chegam e sentam-se em cadeiras e sofás desirmanados e veem-se todos uns aos outros. O encenador Álvaro Correia diz que foi isso mesmo que procurou: criar um ambiente que aproximasse público e atores, já que o tema principal do seu novo trabalho, ‘Play Loud’, é a procura de proximidade entre pessoas.
"Será que é realmente possível estar com o outro nesta era em que vivemos submersos pelo excesso de informação?", questiona Álvaro Correia, que com este trabalho apresenta no nosso país, pela primeira vez, o dramaturgo alemão Falk Richter.
O texto tem uma estrutura simples: cada personagem conta, à vez, uma história pessoal que revela alegrias e tristezas, expectativas e desilusões do seu percurso existencial. São, explica o encenador, relatos "aparentemente leves, mas só aparentemente". Na verdade, são lamentos que gritam que estamos sós e num mundo cheio de ruído. Carlos Paulo e Cucha Carvalheiro são veteranos na peça que tem ainda os estagiários Lia Carvalho e Vicente Wallenstein (sobrinho de José Wallenstein).
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