Coreografia de Yôga Antigo
Este mês contamos com a participação da Vice-Presidente da Fédération Française de SwáSthya Yôga, a Instrutora Sónia Saraiva que nos falará de como é ser e o que é ser demonstrador de coreografias, de SwáSthya Yôga, na Universidade de Yôga.
A coreografia consiste na 3ª característica do SwáSthya Yôga, o Yôga Antigo. As sequências coreográficas são os movimentos de ligação entre os ásanas (técnicas corporais do Yôga), que formam coreografias belíssimas, verdadeiras esculturas de carne e osso.
Para ilustrar este conceito escolhi um poema escrito por uma colega e amiga, a Instrutora Tânia Afonso, também ela demonstradora de coreografia de SwáSthya Yôga:
Pinto o meu corpo com movimento
Sinto a energia libertadora
Vivo a cada momento o conhecimento depositado na palma da minha mão
Como uma semente que brota a cada dia
E ganha cor do sol, do mar do fogo e do ar que respiro
Até ser flor de mil pétalas e mil cheiros
Como cheguei a este mar? que rio percorri?
A inegável revelação de que até hoje vivi no mistério de um corpo sem o encontrar.
Que acredito tornar uma vida bela
Como me tornei demonstradora oficial da Universidade de Yôga.
Dos primeiros contactos que tive com a Universidade de Yôga e com o método foi através da coreografia.
Após ter visto uma coreografia ao vivo decidi: ”Eu quero fazer isto, eu quero ser assim!”
Desta forma, a coreografia foi a alavanca que despertou o meu interesse e a motivação na época para me tornar demonstradora e mais tarde instrutora.
Ser demonstradora oficial da Universidade de Yôga possibilitou-me o aprimoramento de todas as técnicas do ashtánga sádhana – prática ortodoxa do Yôga Antigo.
Primeiro, é claro o aprimoramento das técnicas corporais – ásanas, que permitem a construção da coreografia.
Consequentemente o meu corpo transformou-se rapidamente, não só no ganho de tónus muscular e flexibilidade, mas também no desenvolvimento da consciência corporal.
Depois também o domínio da respiração que adquiri através do pránáyáma – exercícios respiratórios – ajudou-me muito, principalmente no momento da apresentação uma vez que é nessa hora, à frente do público que a adrenalina surge, o coração bate e a respiração acelera.
O que é ser demonstradora de coreografia:
Ser demonstradora de coreografia de Yôga Antigo é propor-se a transformar-se numa escultura viva; é mostrar ao público o SwáSthya Yôga através do encadeamento dos ásanas; é expressar a sua vivência de Yôga através da coreografia.
Mas mais importante que tudo isso, para mim, é poder através da coreografia despertar o interesse nas pessoas de querer conhecer e praticar esta filosofia milenar.
É isto que sinto cada vez que apresento coreografia: que toco o coração das pessoas como um dia tocaram o meu.
Comecei a demonstrar coreografia de Yôga Antigo em Lisboa, após ser aprovada no curso de coreografia para demonstradores no nível Nacional em Outubro de 2001.
Para esclarecer o público, na Universidade de Yôga ao prestar exame para demonstrador de coreografia são levados em conta não só a forma física, o domínio dos ásanas – técnicas corporais, e a criatividade dos movimentos, mas também a qualidade da música, maquilhagem, roupa e cabelo utilizados pelo demonstrador.
E pelo grau de aprimoramento e maturidade, são atribuídos 3 níveis de demonstração:
. Regional – Demonstra na sua cidade e arredores.
Desde a minha primeira aprovação que tive a oportunidade de demonstrar em várias cidades portuguesas e de conhecer muita gente de todo o país.
Em 2003 a Universidade de Yôga começou a expandir-se para o resto da Europa, e eu particularmente decidi ir para Paris.
A partir de Outubro de 2003 tornei-me demonstradora no grau de Nacional em França.
O trabalho da Universidade Internacional de Yôga solidificou em França nestes últimos dois anos. Hoje contamos com a Fédération Française de SwáSthya Yôga, sediada no Quartier Latin em pleno coração de Paris, com uma equipa de instrutores formados pela Universidade Internacional de Yôga. A Federação garante aulas de SwáSthya Yôga em vários locais da cidade, aulas abertas todos os domingos às 13h no Jardin du Luxembourg e demonstrações de coreografia em bares, festas e eventos culturais.
A receptividade dos franceses é grande, principalmente quando vêem uma demonstração, pois dizem que nunca viram nada tão bonito e estético. Após uma demonstração costumam abordar-nos perguntando o que é, e quando explicamos que é o Yôga Antigo ficam surpresos e ao mesmo tempo curiosos, pois explicam que nunca pensaram que o Yôga mais antigo fosse tão bonito e estético.
Para concluir gostaria de deixar um convite a todos os que conhecem o trabalho da Universidade Internacional de Yôga em Portugal e àqueles que gostariam de conhecer, de visitar Paris e participar do lançamento do livro “Boas Maneiras no Yôga” do Mestre DeRose, dia 28 de Outubro 2005, com noite de autógrafos e demonstração de coreografias. Poderão constatar a expansão do Yôga Antigo pela cidade luz e aproveitar todas as atracções que esta belíssima cidade tem para lhe oferecer.
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