Desempregado passa a escritor profissional
Primeira obra do autor vendeu mais de 40 mil exemplares.
Surpreendeu o País ao ganhar, em 2011, a primeira edição do Prémio Leya – de cem mil euros – numa altura em que estava desempregado. Cinco anos depois, o engenheiro eletrotécnico nascido na Reboleira em 1973 está a lançar o segundo romance e já desistiu de procurar emprego: João Ricardo Pedro assumiu que vive apenas da escrita. Pelo menos para já.
"Não foi planeado, mas o primeiro livro correu tão bem que aqui estou eu. Dedicado apenas à literatura, sem que alguma vez o tenha sonhado", diz ao CM o autor de ‘O teu rosto será o último’.
Traduzida para dez línguas, incluindo chinês e árabe, a obra de João Ricardo Pedro vendeu 40 mil exemplares só em Portugal, onde já vai na 11ª edição. O sucessor chama-se ‘Um Postal de Detroit’ e tem como ponto de partida o acidente ferroviário de Alcafache, em 1985, cuja contagem final de mortos nunca foi concluída.
"Foi um acontecimento que me marcou quando era miúdo e eu sabia que mais tarde ou mais cedo ia lidar com isso. Ia transformar essas memórias em ficção...", confidencia o autor. Como tinha acontecido com o romance de estreia, narrado também por uma voz infantil. "Depois de terminar este segundo livro, suspirei de alívio. Pensei: finalmente escrevi os dois livros que tinha de escrever. Agora já posso escrever os livros que quero escrever."
Sem ideias para as suas próximas investidas literárias, João Ricardo Pedro diz que neste momento só sente o cansaço do trabalho. "Estou vazio. Agora preciso de ler outros autores e de estar com pessoas...".
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