FESTA SAUDOSISTA

Se existisse uma galeria de imortais na história do hard rock, os Whitesnake fariam indiscutivelmente parte dela. E se dúvidas houvesse quanto ao legado ou à forma física do colectivo, foram sanadas com a ‘festa’ que proporcionaram quarta-feira no Pavilhão Atlântico, em Lisboa.

01 de outubro de 2004 às 00:00
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A noite foi, de facto, de emoções saudosistas e revivalismo, mas outra coisa não seria de esperar de uma banda como os Whitesnake. A abertura faz-se com ‘Burn’, dos Deep Purple, mas o desfile de clássicos não se faz esperar: ‘Bad Boys’, ‘Is This Love’, ‘Strange to Love’, ‘Crying in the Rain’, ‘Here I Go Again’ ou ‘Still Of The Night’ (a fechar o concerto) foram cantados a pulmões abertos por cerca de seis mil fãs fiéis.

Foi, aliás, por estes temas que muitos dos que cresceram a ouvir os Whitesnake rumaram ao Atlântico. Alguns ainda conservavam as T-shirts negras e os cabelos compridos, outros foram mesmo de fato e gravata, após um dia de trabalho. Mas quando juntos, novos e velhos, assumidos ou ‘disfarçados’, partilharam com igual intensidade esse sentimento de ‘irmandade’ que se vive cada vez que um grupo da ‘velha guarda’ metaleira regressa a palcos lusos.

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David Coverdale, homem de palco por excelência, superou todas as expectativas ao mostrar uma forma física invejável (tendo em conta os seus 53 anos), em sintonia perfeita com uma não menos entusiástica e competente banda. Houve direito a piropos a Lisboa e às suas gentes e a cânticos ‘à capella’, devaneios de guitarra a roçarem Led Zeppelin e Van Halen, além de um original solo de bateria em que Tommy Aldridge tocou, imagine-se, com os punhos e a cabeça.

Sentimentalismos aparte, este regresso ao activo cheio de vitalidade, perspectiva ainda uma agradável surpresa, a concretizar com um novo álbum de originais, a ser editado no próximo ano. Ficamos à espera!

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