Maria João Luís na dança da vida e da morte
António Simão encena a última peça de Henrik Ibsen.
Uma peça menos conhecida de Henrik Ibsen (1828-1906) – a última assinada pelo dramaturgo noruguês – serviu ao encenador António Simão para criar um espetáculo que resume “por exagero” os temas que este escritor tratou toda a vida e no qual há espaço para o brilho de uma atriz especial: Maria João Luís. Aqui, na pele de uma mulher que serviu de modelo a um escultor e se queixa de este lhe ter roubado a alma, ao mesmo tempo que a transformava numa obra-prima que lhe deu fama e fortuna. “Foi um encontro muito feliz, este”, revela António Simão ao CM.
“O Teatro da Terra tinha-me desafiado para dirigir um espetáculo na companhia e eu tinha encontrado esta peça, que me fascina”, recorda, acrescentando que “dirigir a Maria João Luís é um privilégio”. “Esta é uma personagem muito diferente daquelas a que nos habituou”, sublinha.
“A Maria João costuma dar corpo a heroínas, a mulheres fortes, aqui está num estado de grande fragilidade – a personagem diz de si própria que está ‘morta’”, nota, deixando uma palavra de agrado para “todo o elenco”, em que pontuam os nomes de Marcello Urgeghe, Erica Rodrigues, Sílvia Figueiredo e Rúben Gomes, entre outros. ‘Quando Nós, os Mortos, Despertarmos’ chega esta quinta-feira ao espaço Cinearte, da Barraca, em Santos, onde fica até domingo. Depois, só poderá ser visto no Joaquim Benite, em Almada, em fevereiro.
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