Marido de exonerada da Fundação CCB ‘pressiona’ Governo

Nuno Cardoso é vice-presidente da União dos Teatros da Europa, organismo que escreveu uma carta aberta a Luís Montenegro a manifestar-se contra o afastamento de Francisca Carneiro Fernandes.

14 de dezembro de 2024 às 01:30
Francisca carneiro fernandes e marido Nuno Cardoso Foto: Direitos Reservados
Francisca Carneiro Fernandes é casada com Nuno Cardoso, diretor artístico do Teatro São João Foto: Paulo Duarte

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Uma carta aberta que afinal parece esconder segundos interesses. A exoneração, a 29 de novembro, de Francisca Carneiro Fernandes como presidente da Fundação CCB (nas vésperas de completar um ano no cargo) levou a União dos Teatros da Europa (UTE) - organismo que reúne 12 grandes teatros europeus - a reagir “com surpresa” ao seu afastamento. Mas a carta, endereçada ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, apesar de ser assinada pelo presidente da organização, o romeno Gábor Tompa, parece ser um exercício de pressão política sobre o Executivo. É que, lembra a ‘Sábado’, o vice-presidente daquele organismo é nada mais nada menos que Nuno Cardoso, diretor artístico do Teatro São João e marido de Francisca Carneiro Fernandes, por sua vez a tesoureira da União dos Teatros da Europa.

Na carta divulgada no início de dezembro, a UTE ia mais longe e elogiava mesmo, sem reservas, a agora ex-presidente do CCB, considerando-a “uma referência”, “gestora reconhecida” e “vital” para a instituição “pela sua força criativa e pela sua habilidade excecional em juntar pessoas de origens, países e tradições teatrais muito diferentes”. A carta referia ainda que a UTE se associava à “petição lançada pelos trabalhadores do CCB sobre a demissão de Francisca Carneiro Fernandes sem justificação”.

Recorde-se que Francisca Fernandes tinha tomado posse em dezembro de 2023, numa nomeação polémica (substituiu, na altura, Elísio Summavielle a meio do mandato) decidida pelo anterior ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva (PS). A atual ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, responsável agora pela exoneração de Francisca Fernandes, acusa mesmo o seu antecessor de “compadrio”, “lobbies” e de “assalto ao poder” no CCB.

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